O espetáculo de música ao vivo de Andrea Bocelli, em Coimbra, em 2021, foi o último concerto de um artista internacional que Joaquim Barbosa assistiu. Para 2023, o bracarense não tem planos para concertos tendo em conta o aumento generalizado do preço dos ingressos.
“As pessoas não estão preparadas para pagar esse aumento”, atira Joaquim, reconhecendo que a inflação pode ser uma das “culpadas” pelo disparar dos preços.
“Se se justifica? É difícil de avaliar, mas vemos s conjuntura económica desde a guerra, ao aumento dos combustíveis, do alojamento e das refeições, o que levará, de alguma forma, a essa atualização”, admite. “De resto, não vejo razão suficiente para um aumento tão grande”, lamenta Joaquim Barbosa.
Dani Pacheco tem outra explicação. Para este músico e também espetador, a subida dos preços não é mais do que o aproveitamento do público no pós- pandemia.
“A falta que houve de concertos durante a pandemia fez as pessoas terem muita vontade em ir [ a concertos] e, isso, pode ser um pouco explorado por quem organiza”, admite o músico, considerando ser “um completo exagero” os preços anunciados para os grandes espetáculos de música de 2023 .
“Não vejo na realidade como a nossa a pagar centenas de euros para ir ver um concerto. Compreendo que, por vezes, pode ser a oportunidade de uma vida. Ainda assim é um completo exagero”, remata.
Trata-se de valores por ingresso que ficam fora de alcance da maioria dos portugueses. É o caso de André Vaz que, na impossibilidade de ver as super estrelas internacionais, opta pelos músicos nacionais a preços acessíveis.
“Também encontramos coisas boas localmente. Basta fazer uma pesquisa e encontramos cultura e boa música a bons preços”, diz o jovem à Renascença.