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A Comissão Europeia pressionou nesta segunda-feira a farmacêutica AstraZeneca para entregar, “o mais rapidamente possível”, as doses contratualizadas com a União Europeia (UE) da vacina contra a Covid-19, após a empresa ter admitido problemas na distribuição.
“Depois do anúncio feito pela AstraZeneca, de que haverá uma quebra na distribuição, a comissária europeia [da Saúde] Stella Kyriakides enviou uma carta ontem [domingo] à empresa para solicitar esclarecimentos adicionais”, declarou o porta-voz do executivo comunitário, Stefan De Keersmaecker, falando na conferência de imprensa diária da instituição em Bruxelas.
O porta-voz especificou que, “nessa carta, a comissária pede uma distribuição em linha com o que foi acordado no acordo [de aquisição] e reitera que a capacidade de produção tem de se adequar à conduta dos estudos clínicos para assegurar a disponibilidade das vacinas o mais rapidamente possível”.
“Isto é muito importante para honrar [o cumprimento] do contrato”, insistiu Stefan De Keersmaecker.
O porta-voz adiantou que “esta é uma questão essencial para a Comissão e os Estados-membros e será discutida entre a Comissão, os Estados-membros e a empresa numa reunião por videoconferência que ocorre hoje”, após a qual haverá informação à imprensa.
“A Comissão espera que as condições contratuais sejam respeitadas e isto é crucial para a saúde dos nossos cidadãos”, concluiu.
Na sexta-feira, uma porta-voz da AstraZeneca avisou que as entregas da vacina AstraZeneca/Oxford na Europa, sob reserva da sua aprovação, vão ser inferiores ao previsto, devido a uma “baixa de rendimento” num local de produção.
“Vamos fornecer dezenas de milhões de doses em fevereiro e março à União Europeia e vamos continuar a aumentar os volumes de produção”, acrescentou a porta-voz, sem detalhar quantidades.
A Agência Europeia dos Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) recebeu, no passado dia 12 de janeiro, um pedido para autorização da vacina da farmacêutica AstraZeneca com a universidade de Oxford e deverá, até final do mês, dar luz verde à comercialização de emergência na UE.
Von der Leyen telefonou ao presidente da AstraZeneca
Também nesta segunda-feira, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, o porta-voz principal da instituição, Eric Mamer, indicou que a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, “falou esta manhã por telefone com o presidente executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, e deixou claro que espera que a empresa cumpra as condições de distribuição previstas no acordo de aquisição”.
O porta-voz precisou que Ursula von der Leyen “recordou ao senhor Soriot que a UE já investiu, antecipadamente, montantes significativos na empresa exatamente para permitir avanços na produção antes da autorização para comercialização da EMA”.
“Claro que podem ocorrer contratempos na produção, por ser uma vacina complexa, mas esperamos que a empresa encontre soluções e explora todas as opções para avançar rapidamente”, concluiu Eric Mamer.
Desde o final de dezembro, está em curso na União Europeia o processo de vacinação com o fármaco da Pfizer/BioNTech e, em meados deste mês, começou também a ser usada a vacina da Moderna.
O processo de vacinação está, contudo, a ser marcado por várias críticas relacionadas com a produção insuficiente para todos os países da UE, o que já levou a atrasos na distribuição.