O programa eleitoral do PSD foi esta quarta-feira aprovado pelo Conselho Nacional do partido, com 17 abstenções, numa reunião em que foi também ratificado o nome de José Manuel Bolieiro como novo 'vice' do partido.
No primeiro ponto da ordem de trabalhos, o nome de José Manuel Bolieiro foi aprovado com 84 votos favoráveis (73,6% do total), 18 brancos e 12 nulos, substituindo no cargo Manuel Castro Almeida, cuja demissão foi tornada pública no início de julho com acusações de “centralismo” ao presidente social-democrata, Rui Rio.
No segundo ponto, o programa eleitoral do PSD para as legislativas de 6 de outubro, conhecido na íntegra no final do dia de terça-feira, foi aprovado com 17 abstenções.
O ponto mais quente e demorado promete ser o último na ordem de trabalhos: a deliberação sobre a proposta apresentada pela Comissão Política Nacional do candidato do PSD a primeiro-ministro, Rui Rio, e das listas de candidatura à Assembleia da República, como determinam os estatutos.
Só um dos seis "vices" de Rio nas listas de candidatos a deputados
Dos seis vice-presidentes do PSD, apenas uma, Isabel Meirelles, será candidata a deputada, de acordo com as listas já aprovadas na Comissão Política Nacional.
Aliás, dos oito elementos eleitos da comissão permanente – o núcleo duro da direção – apenas três são candidatos a deputados: o presidente, Rui Rio, número dois pelo Porto, o secretário-geral, José Silvano, número dois por Lisboa, e Isabel Meirelles, número quatro pela capital.
O líder parlamentar, Fernando Negrão, que é membro por inerência da comissão permanente, será o número dois por Setúbal.
Os dois secretários-gerais adjuntos integram as listas, mas com expectativas diferentes: se Bruno Coimbra é quinto por Aveiro, claramente elegível, Hugo Carneiro será o 13.º pelo Porto (em 2015 o PSD elegeu 14 deputados neste círculo).
Por Braga, no quarto lugar, está Carlos Eduardo Reis - cujo nome foi envolvido na investigação judicial Operação Tuttifruti - e que apoiou Rui Rio em janeiro quando Luís Montenegro desafiou a sua liderança.
Emília Cerqueira, constituída arguida no caso das falsas presenças parlamentares, será a número dois por Viana do Castelo, e Rui Silva, oitavo por Braga, está também a ser investigado num processo por corrupção.
João Montenegro, outro conselheiro nacional que ficou ao lado do presidente do partido na aprovação da moção de confiança em janeiro, ficou de fora das listas.
Aos jornalistas, explicou que lhe foi oferecido o 5.º lugar em Viseu, que considerou não ser elegível (há quatro anos o PSD elegeu precisamente cinco parlamentares por este círculo). “Eu optei por pedir à direção nacional que me retirasse do processo. Sempre estive no partido numa lógica de união e não de desunião e não quero contribuir para que o resultado do partido fosse prejudicado por o meu nome incomodar uma estrutura distrital ou um cabeça de lista”, afirmou João Montenegro.
De fora ficou também Margarida Mano, que há quatro anos fora cabeça de lista por Coimbra. Nesta legislatura, foi o rosto no parlamento da defesa da contagem integral de serviço dos professores, que chegou a provocar uma ameaça de demissão do primeiro-ministro.
No maior círculo eleitoral, Lisboa, pelo qual o PSD elegeu há quatro anos 13 dos 47 deputados, são os seguintes os primeiros nomes do partido: Filipa Roseta, José Silvano, Pedro Pinto, Isabel Meirelles, Marques Guedes, Duarte Pacheco, Sandra Pereira, Ricardo Batista Leite, Pedro Rodrigues, Lina Lopes, Carlos Silva, Alexandre Poço e Joana Barata Lopes.
Já pelo Porto, o círculo pelo qual o PSD elegeu mais deputados – 14 de 39 –, os primeiros nomes da lista são: Hugo Carvalho, Rui Rio, Catarina Rocha Ferreira, Alberto Machado, Joaquim Cancela Moura, Germana Rocha, Afonso Oliveira, Álvaro Almeida, Sofia Matos, Alberto Fonseca, Paulo Rios de Oliveira, Carla Maria Gomes Barros, Hugo Carneiro e António Duarte da Cunha.