O eurodeputado do PSD Paulo Rangel elogiou este sábado o presidente do partido, considerando que demonstrou “coragem”, “bom senso e sentido de Estado”, e defendeu que “não é bom nem positivo” abrir uma crise política a meses de eleições.
“Abrir uma crise política em pleno período eleitoral, a meio do mandato, sem haver nenhum acontecimento excecional, sinceramente é algo que é inédito e não é bom nem é positivo”, afirmou Paulo Rangel, em declarações transmitidas pela SIC num jantar organizado pela distrital da Guarda do PSD.
Paulo Rangel elogiou a declaração de Rui Rio, que ao final da tarde anunciou, no Porto, que recusava o repto lançado na véspera por Luís Montenegro de convocar eleições diretas antecipadas, mas pediu a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho Nacional para votar uma moção de confiança à direção.
“Julgo que hoje o presidente do partido, de uma forma muito clara e determinada, pôs as coisas no seu lugar, mostrou bom senso, sentido de Estado, sentido de responsabilidade, mas, ao mesmo tempo, coragem no sentido de dizer: então vamos clarificar as coisas e arrumar esse assunto”, referiu o eurodeputado e cabeça de lista do PSD nas europeias em 2009 e 2014.
Já na sexta-feira à noite, em entrevista ao “Programa das 9”, na TVI 24, Rangel tinha classificado como anormal que “em pleno período eleitoral” o PSD entrasse “numa discussão interna enquanto os outros partidos estão a fazer campanha eleitoral”.
“Isto cria uma crise política que deixa o partido numa situação difícil”, referiu, admitindo estar surpreendido com a posição de Luís Montenegro.
Na sexta-feira, o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro manifestou disponibilidade para se candidatar à liderança e desafiou Rui Rio, que completa no domingo um ano de mandato, a convocar eleições diretas antecipadas de imediato.
“A minha resposta é não”, afirmou hoje Rui Rio, em relação ao repto de convocar eleições, anunciando, por outro lado, que pediu a convocação de um Conselho Nacional extraordinário para que o órgão aprecie e vote uma moção de confiança à sua direção.
"Se for esse o seu entendimento, o Conselho [Nacional] pode retirar a confiança à direção nacional e assumir democraticamente a responsabilidade de a demitir. Se os contestatários não conseguiram reunir as assinaturas para a apresentação de uma moção de censura, eu próprio facilito-lhes a vida e apresento [...] uma moção de confiança", referiu o presidente do PSD.