Um estudo europeu sobre a obrigatoriedade das vacinas conclui que não há uma relação entre a obrigatoriedade e as taxas de imunização infantil nos países europeus.
Nos países onde a vacinação é obrigatória, não se verifica, necessariamente, uma cobertura melhor do que países vizinhos ou semelhantes, onde não há uma obrigação legal de vacinar as crianças nos três casos estudados. poliomielite, sarampo e difteria, tétano e tosse convulsa.
Outros factores - como, por exemplo, as dificuldades dos sistemas de saúde para chegar a todas as crianças, e não apenas a hesitação dos pais em fazê-lo - são apontados como explicativos dos resultados.
O trabalho, da autoria de especialistas do projecto científico ASSET, que se dedica à análise dos planos de acção relativamente às epidemias e pandemias, conclui, contudo, que, no caso da vacina do sarampo, a taxa de cobertura é superior à média nos países em que é obrigatória.
Estes são conclusões gerais. No entanto, no caso da vacina do sarampo, o estudo mostra que nos países onde a vacinação é obrigatória a taxa de cobertura está, em todos eles, acima da média. Entre os estados em que a vacinação é, apenas, recomendada, aumenta o número de países que têm uma cobertura abaixo da média.
O caso da vacina do sarampo é, de acordo com os investigadores, bastante relevante, uma vez que é um importante indicador da hesitação dos pais em relação à vacinação e mesmo da recusa em avançar com a mesma.
Portugal é apontado como um país com uma taxa de cobertura e imunização acima da média, nas três vacinas analisadas.
Os autores do estudo da ASSET reuniram dados sobre todos os países do Espaço Económico Europeu, no que diz respeito às politicas de vacinação e às taxas de cobertura e imunização. O período analisado compreendeu os anos de 2007 a 2013.