Quase dois anos depois da guerra na Ucrânia ter começado, o conflito ainda em curso volta a estar em destaque na Web Summit. Desta vez pela voz do ucraniano Wladimir Klitschko, antigo campeão do mundo de pesos pesados.
Na manhã do primeiro dia completo de trabalhos do Palco Central da cimeira de tecnologia, Klitschko não hesitou em defender que, “como consequência desta agressão, os atletas da Rússia e a Bielorrússia deviam ser banidos” dos Jogos Olímpicos que se realizam em Paris, em 2024.
O repto foi aplaudido pela plateia, na única vez que se manifestou durante os cerca de 25 minutos de conversa com o jornalista Bohdan Nahaylo, do jornal “Kyiv Post”.
“Às vezes as pessoas acham que o desporto não tem nada a ver com políticas, mas tem muito a ver”, assegurou Wladimir Klitschko.
Klitschko, 47 anos, lembrou que “mais de 250 atletas ucranianos foram mortos na Ucrânia, muitos que iam ou supostamente iam aos Jogos Olímpicos, incluindo ginastas, rapazes, raparigas” e defendeu que, “como consequência da agressão e da guerra, a Rússia e a Bielorrússia devem ser banidas dos Jogos Olímpicos”.
“Se não existirem consequências o agressor vai continuar, tem de haver consequências”, reforçou.
Neste diálogo, o antigo atleta reconheceu que “as pessoas estão a ficar cansadas [da guerra] e provavelmente numa das frentes mais importantes, na frente da informação”, explicando que ele continua “a falar da Ucrânia, para que não se esqueçam de nós e para que nos continuem a apoiar”.
“A Ucrânia é o maior país europeu e estamos a pedir muita ajuda, mas não se esqueçam a Ucrânia pode dar muito, porque não somos só o maior, somos também o pais mais rico da Europa, com a nossa terra e, mais importante, o nosso povo cheio de talento”, rematou.
Em julho passado, o Comité Olímpico Internacional (COI) convidou
203 países para estarem presentes nos Jogos Olímpicos de Paris. A Rússia e a
Bielorrússia não estão dentro deste lote, mas ainda não é conhecida uma decisão
final do COI sobre a participação de russos e bielorrussos.