Não vão ser enviados mais militares para os países fronteiriços com a Ucrânia do que aqueles que já estavam anunciados. A informação foi dada esta terã-feira pelo ministro da Defesa na Assembleia da República.
Em relação aos 174 militares que vão ser enviados para a Roménia, João Gomes Cravinho admite que a guerra vivida na Ucrânia é “dinâmica” e aumenta o “nível de risco” para essa missão, e revela que é provável que a natureza desses exercícios venha a ser alterada.
“As circunstâncias alteraram-se, e, com toda a probabilidade, a natureza dos exercícios também seja diferente”, revela o Ministro da Defesa aos jornalistas depois de uma reunião extraordinária da comissão parlamentar de Defesa.
Mas apesar de as circunstâncias serem “diferentes”, o número de efetivos portugueses não vai aumentar em relação ao que já tinha sido anunciado pelo governo. Logo depois de as tropas russas invadirem o território ucrâniana, o primeiro-ministro referiu que há cerca de 1500 militares portugueses que estão prontos para ir para os países que fazem fronteira da Ucrânia ao abrigo das missões da NATO.
Desses, 174 vão ser mobilizados para a Roménia, e os restantes integram a Very high readiness Joint Task Force, uma brigada de intervenção rápida da NATO, que ainda não tem destino definido.
João Gomes Cravinho lembra que não cabe às autoridades portuguesas a escolha do país para onde vão estes militares, mas à NATO. Quanto aos efetivos que vão para a Roménia, o Ministro da Defesa revela que já há algumas tropas que estão em solo romeno para tratar de “questões logísticas”, e explica que o resto da missão só estará “seguirá dentro das próximas semanas, final de março, início de abril”.
O Ministro da Defesa revela que as decisões do governo quanto ao conflito têm tido “um grande apoio, uma grande convergência, da esquerda à direita”.
A deputada do PSD, Ana Miguel dos Santos, falou depois do ministro, e reiterou a afirmação. A social-democrata lembra que esta é uma matéria “convegente” entre os vários partidos representados no Parlamento.
Ainda assim, Ana Miguel dos Santos reafirma que essa consensualidade “não significa que o PSD deixará de ser vigilante” no que à atuação do governo diz respeito.