A Ucrânia já recebeu mais de 17 mil milhões de euros em ajuda humanitária, financeira e militar por parte de países do Ocidente e de instituições como as Nações Unidas, o FMI ou a Cruz Vermelha. Os EUA são o país que mais contribuiu, com um equivalente a 7,6 mil milhões de euros em ajudas, enquanto os países da União Europeia ofereceram apoios no valor de 6,3 mil milhões de euros. Portugal foi o 20.º país que mais ajudas disponibilizou, com um total de 41 milhões de euros em ajuda militar e através da Comissão Europeia.
Segundo dados do Kiel Institute for the World Economy, desde o início da invasão russa à Ucrânia, a 24 de fevereiro, os países da UE ofereceram a Kiev um total de 2,9 mil milhões de euros em apoios, a que se somam 1,4 mil milhões de euros da Comissão Europeia e mais dois mil milhões de euros através do Banco de Investimento Europeu (BEI). Reino Unido, Canadá e Japão juntaram mais de mil milhões de euros.
Até 27 de março, Portugal tinha oferecido nove milhões de euros em ajuda militar, a que se somam 14,5 milhões de euros através da União Europeia e 18,2 milhões de euros com a sua contribuição através do BEI. Em relação à sua economia, Portugal é o 21.º país que oferece mais ajuda em relação à sua riqueza (cerca de 0,004% do seu PIB).
Estónia entregou 0,8% da sua riqueza à Ucrânia num mês
Os 31 países escrutinados disponibilizaram diretamente 11,5 mil milhões de euros, com mais de metade desse valor a ter sido entregue pelos EUA: mais de 3,2 mil milhões de euros em ajudas humanitárias e mais de 4,3 mil milhões de euros em ajuda militar.
A Estónia foi quem disponibilizou mais do que tem, com os 220 milhões oferecidos a representarem quase 0,8% do seu Produto Interno Bruto. Entre este valor estão 220 milhões de euros em ajuda militar, o segundo maior valor para este setor, atrás dos EUA, com 4,3 mil milhões de euros.
Entre os países europeus, a Polónia foi aquele que mais ajudou: mais de mil milhões de euros, a maior parte em ajudas financeiras diretas para a Ucrânia. Seguem-se Alemanha com mais de mil milhões de euros, França com cerca de 960 milhões, Itália com 758 milhões e o Reino Unido, que não está incluído nas ajudas da UE, reuniu 721 milhões de euros.
A Espanha contribuiu diretamente com menos ajudas que Portugal (apenas 3,5 milhões de euros), mas através da União Europeia e do BEI já ofereceu quase 350 milhões de euros.
Apesar da grandeza dos números, o Kiel Institute for the World Economy avisa que estes “nem sempre são transparentes”. “Fizemos o nosso melhor para listar meticulosamente e quantificar todas as medidas de apoio que são publicamente conhecidas”, refere o instituto independente.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.