A Organização Mundial de Saúde calculou esta quarta-feira que nos anos da pandemia morreram cerca de 14,9 milhões de pessoas de forma "direta ou indiretamente" relacionada com a covid-19.
O número hoje divulgado soma o excesso de mortalidade entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, medindo a diferença entre mortes globais e uma projeção do que seria normal sem pandemia baseada em números de anos anteriores e inclui pessoas que se viram privadas de cuidados de saúde porque recursos foram dedicados à covid-19.
Esse total acrescenta 9,4 milhões de mortes às que são reportadas como "diretamente atribuíveis" a covid-19.
A OMS considerou mortes "associadas diretamente com a covid-19" ou indiretamente "devido ao impacto da pandemia nos sistemas de saúde e na sociedade", como "outras doenças para as quais as pessoas não conseguiram prevenção ou tratamento porque os sistemas de saúde estavam assoberbados pela pandemia".
A maior parte (84 por cento) das mortes em excesso aconteceram no sudeste da Ásia, Europa e América, com 68% concentrados em 20 países, incluindo Brasil, Índia, Rússia, Alemanha, Itália e Indonésia.
Mais de 80% das mortes em excesso aconteceram em países de rendimento médio-baixo ou médio-alto. Nos países de rendimento mais alto, o excesso de mortalidade atingiu 15% e 4% nos países de baixo rendimento.
Mais homens (57%) do que mulheres (43%) morreram direta ou indiretamente devido à doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, descoberto em 2019 na cidade chinesa de Wuhan.
O diretor geral da organização, Tedros Ghebreyesus, apontou os números para recomendar investimento em serviços de saúde capazes de se manter durante crises.