Augusto Mateus diz que regresso ao dracma e ao escudo não faz sentido
08-07-2015 - 09:45
Ex-ministro da Economia reconhece que a saída da Grécia seria uma "derrota" para Europa e diz que o euro "não terá sido gerido da maneira mais correcta".
O ex-ministro da Economia Augusto Mateus fala em ruído e precipitação dos responsáveis gregos e europeus que admitem o "Grexit" – a possibilidade da saída da Grécia da Zona Euro.
O economista não acredita que a Grécia saia da moeda única, isso seria “a derrota da Europa e das economias que regressariam à sua moeda”, incluindo a portuguesa ao escudo. Nestas declarações considera que tem havido “muita precipitação” dos responsáveis gregos e europeus, “há muita conversa e muito ruído sobre a saída da Grécia e o regresso ao dracma”.
O antigo responsável pela pasta da Economia lembra ainda que a Europa criou uma moeda para influenciar os mercados, em vez de se deixar influenciar, com a noção que isso teria “custos e vantagens”.
Augusto Mateus reconhece que o euro “não terá sido gerido da maneira mais correcta, numa lógica de pensar toda a União e não apenas uma parte dela”, acabando por colocar desafios mais exigentes a todas as economias.
Portugal, por exemplo, beneficiou não só com o aumento do nível de vida, mas também com a “capacidade de importação que o euro apreciado trouxe”.
O economista é o coordenador do estudo “Três décadas de Portugal Europeu”, apresentado esta quarta-feira, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Este trabalho, que faz um balanço da integração europeia desde 1986, mostra um país com a taxa de população emigrada mais alta da União Europeia, um aumento da precaridade (em 2013, um em cada cinco assalariados eram contratados a prazo) e onde o nível de vida das famílias portuguesas regrediu em 2013 para níveis de 1990.
O economista não acredita que a Grécia saia da moeda única, isso seria “a derrota da Europa e das economias que regressariam à sua moeda”, incluindo a portuguesa ao escudo. Nestas declarações considera que tem havido “muita precipitação” dos responsáveis gregos e europeus, “há muita conversa e muito ruído sobre a saída da Grécia e o regresso ao dracma”.
O antigo responsável pela pasta da Economia lembra ainda que a Europa criou uma moeda para influenciar os mercados, em vez de se deixar influenciar, com a noção que isso teria “custos e vantagens”.
Augusto Mateus reconhece que o euro “não terá sido gerido da maneira mais correcta, numa lógica de pensar toda a União e não apenas uma parte dela”, acabando por colocar desafios mais exigentes a todas as economias.
Portugal, por exemplo, beneficiou não só com o aumento do nível de vida, mas também com a “capacidade de importação que o euro apreciado trouxe”.
O economista é o coordenador do estudo “Três décadas de Portugal Europeu”, apresentado esta quarta-feira, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Este trabalho, que faz um balanço da integração europeia desde 1986, mostra um país com a taxa de população emigrada mais alta da União Europeia, um aumento da precaridade (em 2013, um em cada cinco assalariados eram contratados a prazo) e onde o nível de vida das famílias portuguesas regrediu em 2013 para níveis de 1990.