Foi desmobilizada a vigília dos empresários da restauração no Porto. O protesto, que arrancou segunda-feira à noite frente à autarquia, deve ser retomado o mais tardar até quinta-feira.
O presidente da PRO.VAR - Associação Nacional de Restaurantes fala de um setor que emprega mais de 100 mil pessoas e que a pandemia já levou até agora ao despedimento de cerca de 60 mil.
Daniel Serra, que também se associou à vigília da última noite, diz que o cenário é preocupante, segundo dados do mais recente inquérito realizado pela associação. “Temos algumas indicações preocupantes. Por exemplo, 20% das empresas já encerraram e cerca de 30% estão a pensar encerrar - ou definitivamente ou temporariamente. Prevemos que até ao final do ano, se não houver apoios diferentes, metade das empresas irão encerrar, pois não conseguem suportar os custos.”
Branca Pereira, do Movimento das Mulheres pela Restauração, explicou que estavam solidários com os colegas em greve de fome em Lisboa, mas que a versão portuense do protesto não previa inibição de alimentação, apenas garantindo que a cada dia seis empresários estarão no local 24 horas, dormindo em tendas.
O Governo anunciou, na semana passada, as medidas de contenção da pandemia da covid-19 para o novo período de estado de emergência: nas vésperas dos feriados, o comércio encerra a partir das 15h00 em 127 concelhos do continente classificados como de risco "extremamente elevado" e "muito elevado" e mantêm-se os horários de encerramento do comércio às 22h00 e dos restaurantes e equipamentos culturais às 22:30 nestes concelhos e em mais outros 86 considerados de "risco elevado".
No dia 14 deste mês, o ministro da Economia disse que o apoio excecional aos restaurantes dos concelhos abrangidos pelo estado de emergência para os compensar pela receita perdida nestes dois fins de semana acenderá a 25 milhões de euros e será pago em dezembro.
Os dados avançados pelo ministro indicam que dos 750 milhões de euros contemplados no programa Apoiar.pt - apoio a fundo perdido destinado a micro e pequenas empresas dos setores mais afetados pela crise com quebras de faturação superiores a 25% -, 200 milhões de euros serão absorvidos pelo setor da restauração.