Dois militares arguidos no caso das mortes no 127.º treino dos Comandos vão integrar a força que segue dentro de dias para a República Centro-Africana.
Ao que a Renascença apurou, os dois enfermeiros constituídos arguidos integram o contingente de 160 militares que vão integrar a missão das Nações Unidas de Estabilização do Território.
A Renascença sabe que o Ministério Público foi contactado sobre a integração destes dois militares e não levantou qualquer objecção.
A mesma fonte afirmou que o Exército não pode suspender os militares do serviço porque tal constituiria uma pena antecipada. Além disso, os militares constituídos arguidos aguardam o desenrolar do processo em liberdade, com a medida de coacção de termo de identidade e residência (TIR).
O único militar arguido neste processo que não pode integrar a missão na República Centro-Africana é o médico Miguel Onofre da Maia Domingues, que, além do TIR, ficou suspenso de funções no Regimento de Comandos e noutras unidades de saúde militares.
Os militares Hugo Abreu e Dylan Silva morreram na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que decorreu no dia 4 de Setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.
Integrada na missão de estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana, MINUSCA, a força portuguesa é composta por 160 militares, dos quais 90 do regimento de Comandos e quatro da equipa de controlo aéreo da Força Aérea Portuguesa, segundo informação do Exército português.
Marcelo visita República Centro-Africana
Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou esta quarta-feira a intenção de ir visitar, em Janeiro, o contingente português naquele país.
"Reafirmando a intenção de vos visitar na República Centro-Africana, a todos vós desejo os maiores êxitos no cumprimento da missão de contribuir para manter a paz e a segurança internacionais na República Centro-Africana, na certeza absoluta de que sabereis prestigiar as nossas Forças Armadas, sempre, mas sempre a pensar no nosso Portugal", disse Marcelo Rebelo de Sousa durante a cerimónia militar de entrega do estandarte nacional à primeira força portuguesa destacada na MINUSCA.
Segundo o comandante supremo das Forças Armadas, a participação portuguesa nesta missão "assume especial relevância não apenas no quadro das operações de manutenção de paz das Nações Unidas", mas também porque demonstra a solidariedade e o empenhamento de Portugal no contexto internacional.
[Notícia actualizada às 19h40. São dois os militares arguidos no caso dos Comandos envolvidos na missão]