O ex-presidente Donald Trump testemunhou esta quinta-feira em Nova Iorque, por apenas três minutos, num julgamento por difamação que vai determinar quanto poderá ter de pagar à colunista E. Jean Carroll por desacreditá-la como mentirosa após o ter acusado de violação.
"Ela disse algo que considerei uma acusação falsa", disse o ex-presidente dos Estados Unidos da América, num aguardado depoimento que acabou por durar apenas breves momentos.
Mais tarde, Trump acrescentou: "Eu só queria defender a mim mesmo, a minha família e, francamente, a Presidência".
Quando o magnata saiu da sala do tribunal após o depoimento, balançou a cabeça e disse repetidamente: "Isto não é a América, esta não é a América, esta não é a América."
O juiz distrital Lewis A. Kaplan instruiu os jurados que devem aceitar as conclusões de outro júri de Nova Iorque, que concedeu a Carroll cinco milhões de dólares (4,61 milhões de euros) no ano passado após concluir que Trump abusou sexualmente da escritora na década de 1990 na loja Bergdorf Goodman em Manhattan e a difamou com declarações feitas em 2022.
Trump não compareceu a esse julgamento.
Carroll, que pede mais de 10 milhões de dólares (9,23 milhões de euros) por danos, estava no tribunal enquanto Trump prestava juramento como testemunha no tribunal federal de Manhattan.
A colunista alega que Trump arruinou sua reputação depois de o ter acusado publicamente, num livro de memórias, de abuso sexual no camarim de uma loja de departamentos de luxo.
Trump, de 77 anos, negou veementemente as acusações nos últimos cinco anos e continua a atacar Carroll, de 80 anos, durante a campanha eleitoral que leva a cabo para tentar regressar à Casa Branca.
O julgamento, que começou na semana passada e que já contou com o depoimento de Carroll, centra-se apenas nas declarações que Trump fez em junho de 2019, enquanto ainda era Presidente. O caso foi sendo adiado por quatro anos por recursos.