Hélder Rosalino já não vai ser secretário-geral do Governo
30-12-2024 - 19:49
 • Ricardo Vieira

Consultor desiste do cargo no Governo após polémica com salário de 15 mil euros por mês. Executivo de Luís Montenegro deixa crítica implícita ao Banco de Portugal, que recusou suportar o ordenado.

Hélder Rosalino já não vai ser secretário-geral do Governo, anunciou esta segunda-feira o gabinete do primeiro-ministro.

O consultor do Banco de Portugal manifestou hoje ao Governo a "sua indisponibilidade para assumir o cargo de Secretário-Geral do Governo e iniciar funções a partir de 1 de janeiro de 2025", refere o executivo, em comunicado.

Hélder Rosalino desiste do cargo na sequência da polémica em torno da sua remuneração de 15 mil euros por mês, superior ao primeiro-ministro e ao Presidente da República.

No comunicado divulgado esta segunda-feira, o gabinete do primeiro-ministro defende que a nomeação de Rosalino para secretário-geral do Governo significava uma poupança para o Estado.

"A solução encontrada permitia que Dr. Hélder Rosalino mantivesse o vencimento auferido há vários anos no Banco de Portugal, o qual foi por este definido. E permitiria ao Estado português, no seu conjunto, a poupança de um segundo salário, correspondente à tabela legal para o Secretário-Geral do Governo. A recusa do Banco de Portugal de continuar a pagar o salário de origem não impedia a poupança de recursos públicos, mas criou uma complexidade indesejável", sublinha o Governo.

O gabinete de Luís Montenegro adianta que designar, "proximamente", outra personalidade para secretário-geral do executivo e "o Banco de Portugal continuará a suportar o vencimento atual do Dr. Hélder Rosalino".