Festival Terras sem Sombra dá-se a conhecer na Áustria com música portuguesa
03-10-2023 - 00:05
 • Maria João Costa

Pedro Costa, pianista correpetidor da Universidade de Música e Artes Performativas de Graz, desde 2017, considera relevante dar a conhecer obras portuguesas fora das fronteiras.

Esta é a história de uma soprano portuguesa que durante a pandemia, e num dia em que viu três concertos cancelados recebeu por e-mail uma peça musical como presente. E esta é também a história de um pianista que teve como professor esse compositor que ofereceu uma peça à soprano.

Juntos a soprano Carla Caramujo e o pianista Pedro Costa interpretaram esta segunda-feira em Viena, na Áustria a peça “Ao encontro da alegria, sobre 6 poemas de Nuno Higino” de Fernando C. Lapa. A obra que os uniu em palco, foi uma das que tocaram no recital de apresentação do Festival Terras sem Sombra, em Viena.

Em entrevista à Renascença, depois do espetáculo que encheu a sala da “Haus der Musik” em Viena, Carla Caramujo fala de uma obra “magnifica” que é apresentada ao público pela terceira vez.

Também Pedro Costa, pianista que vive e trabalha na Áustria, em Graz, e que chegou a ter aulas com Fernando C. Lapa, no Porto, na sua primeira escola de música, sente-se satisfeito por interpretar a peça.

“O Fernando Lapa é uma pessoa muito especial para nós”, aponta Pedro Costa. Este jovem pianista considera “fundamental alimentar” iniciativas como a deste concerto que “apresenta música nova, feita nos nossos dias”.

Carla Caramujo que deu voz a esta peça e aos poemas de Nuno Higino, um poeta do Porto, explica que os poemas a que a obra dá corpo falam sobre um “reencontro nostálgico com a infância e com um tempo perdido”.

A experiência deste concerto cativou o público austríaco habituado a ouvir música clássica. Pedro Costa que é pianista correpetidor da Universidade de Música e Artes Performativas de Graz desde 2017 considera relevante dar a conhecer obras portuguesas fora das fronteiras.

Esta noite ouviu-se além de Fernando C. Lapa, também obras dos portugueses António Fragoso e Francisco de Lacerda que estiveram em diálogo com obras de artistas internacionais como o clássico Richard Strauss, Lili Boulanger ou Fernando Obradors.