Os preços médios da eletricidade e do gás na União Europeia (UE) bateram recordes no primeiro semestre deste ano, ao chegarem, respetivamente, aos 25,3 euros e aos 8,6 euros por 100 quilowatt-hora (kWh), anunciou esta segunda-feira o Eurostat.
Dados publicados esta segunda-feira pelo Eurostat relativos aos preços da eletricidade e do gás no primeiro semestre de 2022 revelam que os valores médios da luz em uso doméstico na UE aumentaram em comparação com o mesmo período em 2021, passando de 22 euros por 100 kWh nesse período para agora atingirem 25,3 euros por 100 kWh.
O mesmo aconteceu com os preços médios do gás, que passaram de 6,4 euros por 100 kWh no primeiro semestre de 2021 para 8,6 euros por 100 kWh, na primeira metade de 2022.
Nestes dados, o Eurostat faz um retrato da série estatística, que arrancou no primeiro semestre de 2008, altura na qual os valores médios da luz em uso doméstico na UE se fixavam em 16 euros por 100 kWh (face aos 25,3 atuais) e os preços médios do gás eram de 5,8 euros por 100 kWh (contra os 8,6 atuais).
"Mais recentemente, os preços por grosso da eletricidade e do gás aumentaram substancialmente em toda a UE. Os custos da energia e do fornecimento afetados pela atual situação geopolítica, a agressão militar russa na Ucrânia, impulsionaram principalmente o aumento", justifica o gabinete estatístico comunitário.
Estes valores têm em conta taxas e impostos nacionais e correspondem a uma média entre os 27 Estados-membros ou os países para os quais existem dados disponíveis.
De acordo com o Eurostat, o peso dos impostos e taxas nas faturas finais de eletricidade e gás cobradas às famílias na UE na primeira metade de 2022, em comparação com o período homólogo de 2021, "diminuiu significativamente à medida que os Estados-membros criaram subsídios e apoios governamentais para mitigar os elevados custos da energia".
Assim, em comparação com a primeira metade de 2021, a percentagem de impostos na fatura de eletricidade nos primeiros seis meses deste ano caiu de 39% para 24% e, no caso do gás, de 36% para 27%.
Por Estados-membros, os preços totais da eletricidade em uso doméstico subiram em 22 países da UE na primeira metade deste ano, em comparação com a primeira metade de 2021, sendo que o maior aumento (expresso em moedas nacionais) foi registado na República Checa (+62%), na Letónia (+59%) e na Dinamarca (+57%).
Já as cinco maiores descidas nos preços da eletricidade doméstica entre os Estados-membros verificaram-se na Holanda (-54%), Eslovénia (-16%), Polónia (-3%), Portugal e Hungria (ambos 1%).
Entre a primeira metade de 2021 e o primeiro semestre de 2022, os preços do gás aumentaram em 23 dos 24 Estados-membros da UE para os quais existem dados disponíveis, subindo mais na Estónia (+154%), Lituânia (+110%) e Bulgária (+108%).
Houve apenas um Estado-membro em que os preços do gás natural para os consumidores domésticos caíram neste período, a Hungria (-0,5%), por ali os preços serem regulados, adianta o Eurostat.