O presidente do Conselho da Administração da TAP disse hoje ter recebido a notícia do seu despedimento através de um telefonema do ministro João Galamba na manhã do dia do anúncio público, mas sem qualquer referência à justa causa.
Na audição da comissão parlamentar de inquérito à TAP que decorre esta tarde no parlamento, a deputada do BE Mariana Mortágua perguntou a Manuel Beja quando é que tinha recebido a notícia de que ia ser demitido.
"Recebi a noticia da minha destituição por um telefonema do ministro [das Infraestruturas] João Galamba às 10:20 da manhã do dia da conferência de imprensa", começou por revelar.
Sobre se tinha sido informado de que seria por justa causa, o "chairman" assegurou que "nesse telefonema não houve qualquer referência a esse tema".
Manuel Beja e a presidente executiva da empresa, Christine Oumières-Widener, assinaram o acordo de saída da ex-administradora Alexandra Reis, no qual a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) concluiu ter havido falhas graves, tendo o Governo decidido exonerar os dois responsáveis, alegando justa causa.
Ao contrário de Ourmières-Widener, Manuel Beja disse que não iria contestar a decisão.
Em junho de 2021, os acionistas da TAP aprovaram em assembleia-geral a nova administração liderada por Manuel Beja, que substituiu Miguel Frasquilho como presidente do Conselho de Administração da companhia aérea.
Até recentemente, o presidente do Conselho de Administração era um nome pouco conhecido na opinião pública, mas a situação alterou-se quando, em dezembro passado, o Correio da Manhã avançou que a ex-administradora Alexandra Reis, na altura secretária de Estado do Tesouro, tinha saído da TAP com uma indemnização de 500.000 euros.