Escolas querem que DGS explique “regras bipolares e estranhas”
28-06-2021 - 20:09
 • Hugo Monteiro

Filinto Lima não compreende porque é que se fecham escolas no Algarve, mas não em Lisboa, onde a incidência de Covid-19 é superior. O dirigente fala em “dualidade de critérios”.

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Os diretores de escolas públicas pedem explicações à Direção-Geral de Saúde sobre a razão pela qual se fecham escolas em algumas regiões do Algarve e não se fecham em Lisboa, onde o número de infetados é muito superior.

“As regras da DGS são bipolares e estranhas”, acusa o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Publicas.

O dirigente critica a decisão da Administração regional de Saúde do Algarve em suspender as aulas presenciais em algumas escolas de cinco concelhos do distrito e diz que as escolas merecem que se explique melhor os procedimentos.

“Nós notamos que as regras da DGS são bipolares, e também um bocadinho estranhas porque não foram explicadas. Numa escola, quando um aluno ou um professor testam positivo a escola, no limite, pode fechar. E tivemos exemplos, recentemente, de escolas que fecharam, ou de turmas inteiras que com os seus professores vão para casa. Por outro lado, vemos nas ruas festejos desportivos, festejos políticos onde é tudo ao molho e fé em Deus e ninguém se importa, parece que é normal.”

Filinto Lima queixa-se de “dualidade de critérios” dizendo que, “as escolas, pelo menos as escolas, mereceriam uma explicação porque nas escolas cumprimos todas as regras.”

Os diretores de escolas não compreendem ainda porque é que se fecham escolas em algumas regiões do Algarve e não se fecham em Lisboa, onde o número de infetados é muito superior.

“É outra explicação que quem de direito terá de dar ao país. Como é que se fecham escolas em algumas regiões do Algarve, e não se fecham em Lisboa, onde o número de infetados é superior às escolas do Algarve. O senso-comum não percebe isso. Esta dualidade de critérios dá a entender que há dois pesos e duas medidas para situações semelhantes. Acho que os portugueses deviam perceber. É preciso explicar o porquê de decisões antagónicas em situações muito idênticas. Merecemos uma explicação, sobretudo as escolas públicas merecem uma explicação.”

Quanto á avaliação dos alunos cujas aulas presenciais foram agora suspensas, Filinto Lima assegura que isso não terá influência na avaliação dos alunos. “A avaliação dos alunos não será afetada, até porque há diversos instrumentos de trabalho para avaliar um aluno para além dos tradicionais testes escritos.”

“Eu acho que pode afetar a vida dos próprios pais, em casos de educação, e também, de alguma forma, a organização das escolas, embora estejamos preparados para este ensino à distância”, conclui.