Vai ser conhecida esta sexta-feira, no tribunal de Roterdão, a sentença da jihadista luso-holandesa acusada por vários crimes, entre eles tráfico de armas e recrutamento de jovens.
Ângela Barreto, hoje com 26 anos, foi uma das principais responsáveis pela adesão de jovens neerlandesas à organização terrorista
Ângela fugiu dos Países Baixos para a Síria quando tinha 18 anos e foi casada com três figuras de topo da organização terrorista, incluindo os portugueses Fábio Poças e Nero Saraiva, que morreram em combate.
O Ministério Público de Roterdão pede seis anos de prisão para a jihadista luso-neerlandesa por considerar que “contribuiu para a morte de muitas vítimas que foram brutalmente assassinadas”.
“Ela era uma verdadeira mulher do Estado Islâmico”, sustentam os procuradores neerlandeses que sustentam a tese de que Ângela Barreto nunca se arrependeu de aderir ao movimento terrorista.
“Viajou para apoiar a luta armada na Síria e permaneceu até ao último suspiro do califado”, sublinha o texto da acusação.
“O pior erro da minha vida”
No início do julgamento, Ângela Barreto alegou que não fazia ideia do que estava a fazer quando viajou para a Síria e que tentou regressar, assim que lá chegou.
"Foi o pior erro da minha vida", disse a luso-holandesa, mas o tribunal mostrou-se pouco recetivo a esta versão, até, porque, segundo o tribunal, a mulher realizou várias pesquisas online sobre jihad.
A defesa contrapõe e assegura que a sua constituinte está “arrependida”. Perante o tribunal, o advogado Jeffrey Jordan invocou “responsabilidade diminuída”, alegando que a sua cliente “não se radicalizou” e que a aventura na Síria foi consequência de uma “juventude difícil” e não de uma adesão a ideais radicais islâmicos.
A própria fez questão de dizê-lo em tribunal: “estou envergonhada e peço desculpa a todas as vítimas”.