O Presidente do Brasil declarou na Assembleia da República que sentiu, durante a sua visita de três dias a Portugal, a "inconfundível sensação de estar em casa".
"Um sentimento que acredito é partilhado por todos os brasileiros que estão em Portugal e todos os portugueses que estão no Brasil", referiu.
Num discurso de 20 minutos que também foi marcado pelos protestos audíveis dos deputados do Chega e uma subsquente repreensão do Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, Lula da Silva assinalou que o 25 de Abril "permitiu que Portugal desse o verdadeiro salto para o seu povo".
O chefe de Estado brasileiro afirmou que, do outro lado do Atlântico, a Revolução dos Cravos é vista com "admiração" e lembrou que também "marca o fim da trajetória de Portugal como potência colonial".
"A canção Grandola Vila Morena também embalou a nossa luta no Brasil. Gradualmente, fomos ampliando a participação na política", contou.
Virando-se para o plano interno, o Presidente do Brasil garantiu que as forças democráticas brasileiras "demonstraram a sua solidez".
"O Brasil que sempre reconhecemos voltou a ser internacional. Um país que não aceita que o seu povo passe fome. Um país que reconhece na proteção do meio ambiente um dos grandes desafios contemporâneos", apontou.
Lula da Silva manifestou-se também contra o crescimentos de "forças extremistas, impulsionadas pela ditadura dos algoritmos".
O chefe de Estado brasileiro lamentou ainda o "vírus da anticiência" e das fake news, que se agravou durante a pandemia da Covid-19.