D. António Marto apelou esta tarde à responsabilidade dos políticos para uma "política eficaz" de prevenção dos incêndios florestais, defendendo que “o melhor ataque é a defesa”.
"Um apelo à responsabilidade dos políticos, em ordem a uma política eficaz de prevenção, que não fique só nas palavras e nas boas intenções", defendeu o bispo de Leiria-Fátima na conferência de imprensa que abriu a Peregrinação do Migrante e do Refugiado, a decorrer até sábado, no Santuário de Fátima.
A propósito do que considerou ser o "estado de calamidade e emergência nacional provocado pela série de incêndios devastadores", D. António Marto considerou que a prevenção deve estender-se aos cidadãos e a toda a sociedade civil, convidando ao cuidado pelo planeta, a “casa comum".
O bispo de Leiria-Fátima lembrou que o problema dos incêndios se repete todos os anos, sem que se preparem medidas concretas de prevenção que defendam o património e responsabiliza “todos os políticos, incluindo os do Parlamento” na elaboração de políticas concretas.
“Em cima do momento procuramos desenrascar o melhor possível, mas, sem uma política pensada, programada com antecedência”, denunciou o prelado.
“Agora todos falam, todos fazem promessas, mas, depois, esquece-se em pouco tempo”, conclui.
O bispo de Leiria-Fátima solidarizou-se com as famílias das vítimas mortais, recordando também os que perderam as suas casas e bens nos incêndios, e manifestou o seu "reconhecimento" aos bombeiros, autarquias, populações e a todos os envolvidos no combate aos incêndios "até à exaustão física e psicológica".
A concluir a sua intervenção, D. António Marto anunciou um donativo de 50 mil euros do Santuário de Fátima para a campanha de angariação de fundos da Cáritas portuguesa, destinado às vítimas dos incêndios, "não fechando as portas à possibilidade de outro donativo porventura necessário".