Carta de demissão de Rovisco Duarte só fala em "motivos pessoais", diz Marcelo
17-10-2018 - 18:04

Questionado se a demissão do general Rovisco Duarte coloca um ponto final na polémica em torno de Tancos, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que não tem "mais nada a dizer".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, diz que a carta de demissão do chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte, só refere “motivos pessoais”.

"Aquilo que está no sítio da Presidência foi o que estava na carta: razões pessoais", disse o chefe de Estado aos jornalistas, à margem de uma visita à Póvoa de Santa Iria, no concelho de Vila Franca de Xira.

Questionado se a demissão do general Rovisco Duarte coloca um ponto final na polémica em torno de Tancos, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que não tem "mais nada a dizer".

Em relação aos próximos passos, o Presidente da República explica que, nos termos da Constituição e da Lei de Defesa Nacional, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas tem que ser ouvido e, depois, depois o Governo tem que decidir o que fazer sobre esta matéria.

O pedido de exoneração de Rovisco Duarte ocorre dois dias depois da tomada de posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na sequência da demissão de José Azeredo Lopes do cargo.

O anterior ministro invocou a necessidade de evitar que as Forças Armadas fossem prejudicadas pelo "ataque político" e as acusações de que afirmou estar a ser alvo por causa dos desenvolvimentos da investigação judicial à recuperação do material militar furtado em Tancos, divulgada a 29 de junho de 2017.

A demissão de Rovisco Duarte acontece um ano depois da recuperação da maior parte do material, divulgada pela Polícia Judiciária Militar, em comunicado, no dia 18 de outubro de 2017, na Chamusca, a cerca de 20 quilómetros dos paióis de Tancos.

A investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.

A demissão de Rovisco Duarte já tinha sido defendida pelo CDS-PP, que propôs na Assembleia da República uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades pelo furto.