Jerónimo de Sousa recusa frentes de esquerda nas autarquias. O secretário-geral do PCP falava aos jornalistas no intervalo de uma reunião do Comité Central para avaliar as eleições autárquicas de domingo.
Questionado se o partido se prepara para uma espécie de “geringonça” na Câmara de Lisboa, conquistada por Carlos Moedas, do PSD, ou noutros concelhos, o líder comunista rejeita o cenário.
Jerónimo de Sousa descarta de novo coligações ou acordos pós-eleitorais, e tudo será avaliado caso a caso em todo o território nacional.
“Não faremos acordos. Natural, haverá momentos de convergência. Em termos de acordos escritos, consideramos que não estão criadas as condições para criar aqui qualquer conceção frentista, antes pelo contrário”, sublinha.
O líder comunista garante que “a CDU usará o peso dos seus votos e posições para conseguir objetivos, incluindo, convergindo com outros que estejam disponíveis para essa posição construtiva que nas autarquias tem sempre um valor muito elevado”.
Nesta conferência de imprensa, Jerónimo de Sousa apresentou um extenso caderno de encargos de negociação do Orçamento do Estado para 2022, lembrando ao PS que tem uma maioria parlamentar minoritária.
O PCP atribui a uma prolongada e intensa campanha anticomunista o resultado eleitoral nas autárquicas.
Foi esta uma das conclusões da conferência de imprensa após o Comité Central do PCP, com Jerónimo de Sousa a olhar já para as negociações do Orçamento do Estado do próximo ano com o Governo.
O líder comunista garante que o partido vai apresentar-se nas negociações sem reserva mental, sem processos de intenção e com razão reforçada.
O secretário-geral do PCP também comentou a possível nomeação do vice-almirante Gouveia e Melo para chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA).
Jerónimo de Sousa considera que Gouveia e Melo “tem todas as condições” para assumir o cargo, mas desconhece, para já, a exoneração do almirante António Mendes Calado e por que foi encontrada esta solução, mas para o partido nada a opor em relação ao vice-almirante.