O principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann começa a ser julgado esta sexta-feira na Alemanha por cinco crimes, que não estão relacionados com o caso de Maddie. A defesa questiona a credibilidade de uma das principais testemunhas.
O arguido, de 47 anos de idade, é acusado de dois crimes de abuso sexual de menores e três de violação agravada. Os crimes teriam sido cometidos em Portugal, entre dezembro de 2000 e junho de 2017. Parte deles teria sido registada em vídeo pelo próprio suspeito, que é acusado de entrar nos apartamentos de algumas vítimas e de as amarrar e abusar.
O caso é julgado na cidade de Braunschweig, no norte da Alemanha, por ser a última morada do arguido antes de ir para o estrangeiro.
Christian B. - como o suspeito é identificado na Alemanha, por razões de privacidade - está a cumprir pena de prisão depois de ser condenado por violar uma mulher norte-americana na Praia da Luz, em 2005.
O Ministério Público de Braunschweig considera ainda Christian B. como suspeito no desaparecimento de Madeleine McCann, em 2007. Segundo dados divulgados da investigação, o telemóvel do suspeito teria sido localizado nas proximidades do aldeamento turístico onde Maddie desapareceu, pouco antes do desaparecimento. Até hoje, não há acusação formal.
Citado pela imprensa, Christian B. disse não ter nada a ver com o caso. À Renascença, em maio de 2023, o antigo inspetor da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral questionou o envolvimento de Christian B. no caso de Madeleine McCann e disse que se estava a tentar criar um "bode expiatório".
Antes do julgamento na cidade alemã de Braunschweig, que começa esta sexta-feira, um advogado de Christian B. disse aos canais alemães ntv/RTL que vai defender a absolvição do arguido dos cinco crimes de que é acusado e que pretende questionar a credibilidade de uma das testemunhas-chave no processo. Essa seria também uma testemunha-chave noutros casos em que Christian B. foi citado como suspeito, incluindo nas investigações sobre Madeleine McCann.