O Ministério das Finanças desmente notícia do “Público”, de que o Governo preparava uma injeção final de 1.400 milhões de euros no Novo Banco, garantindo que não está a estudar qualquer injeção de capital para “acelerar o processo de saneamento completo da instituição financeira”.
No entanto, de acordo com o jornal “Público”, a solução em cima da mesa para o Novo Banco representa uma poupança de 600 milhões de euros ao Fundo de Resolução.
O comunicado enviado às redações assegura que não há nenhuma proposta para análise relativa à “estratégia de limpeza dos créditos problemáticos do banco”.
O Governo aproveita para reafirmar que continuará a cumprir os termos do contrato de financiamento com o Fundo de Resolução, contemplando o Orçamento do Estado para 2020, tal como nos anteriores, os recursos orçamentais necessários para essa finalidade.
O Novo Banco aumentou os prejuízos em 46% nos primeiros nove meses de 2019 para 572,3 milhões de euros, depois de ter registado perdas de 390,9 milhões de euros no mesmo período de 2018.
Há dois anos, para fazer face a perdas de 2017, o Novo Banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução. A injeção de capital serve para cobrir as perdas relativas a ativos (crédito malparado, imóveis) incluídos no mecanismo de compensação acordado aquando da venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, em outubro de 2017.
Este mecanismo estabelece que o Novo Banco pode solicitar ao Fundo de Resolução até 3.890 milhões de euros até 2026, pelo que nos próximos anos ainda pode pedir mais quase 2.000 milhões de euros.
A 3 de agosto de 2014, quatro dias depois de ter apresentado prejuízos de quase 3,6 mil milhões de euros, o 'histórico' Banco Espírito Santo (BES) acabou tal como era conhecido. O Banco de Portugal, apoiado pelo Governo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, aplicou uma medida de resolução ao BES e criou o Novo Banco, uma instituição que, para proteger os depositantes, foi capitalizada pelo Fundo de Resolução (entidade na esfera do Estado, gerida pelo Banco de Portugal) com 4,9 mil milhões de euros.
[notícia atualizada com a posição da tutela]