Os advogados e procuradores que esta segunda-feira estiveram no interrogatório do antigo primeiro-ministro José Sócrates deixaram os telemóveis e 'ipad' fora da sala de audiência a pedido do juiz Ivo Rosa, disseram à Lusa fontes ligadas ao processo.
As fontes explicaram que o juiz que acompanha a fase de instrução da Operação Marquês pediu aos advogados e procuradores que não utilizassem os telemóveis e 'ipad' para comunicar com o exterior, tendo estes acatado a decisão.
Na semana passada, Ivo Rosa tinha-se mostrado incomodado com as fugas de informação da sala de audiências enquanto durava o interrogatório e chamou a atenção dos advogados, tendo referido que caso continuassem a passar informações proibiria a entrada de telemóveis no espaço.
À entrada do tribunal, pelas 13h30, José Sócrates insistiu em dizer que a acusação da Operação Marquês é "monstruosa, injusta e completamente absurda" e que mantém o estado de espírito do primeiro dia de interrogatório, na passada segunda-feira.
Sócrates, que esteve preso preventivamente e em prisão domiciliária, está acusado de 31 crimes económico-financeiros.
O antigo líder socialista foi acusado pelo Ministério Público da alegada prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 crimes de branqueamento de capitais, nove crimes de falsificação de documento e três crimes de fraude fiscal qualificada.