De votação em votação, Guterres tornou-se o candidato quase consensual
05-10-2016 - 18:45

Os principais momentos da escolha do novo secretário-geral das Nações Unidas.

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O antigo primeiro-ministro português António Guterres ficou à frente e não recolheu nenhum veto na sexta votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, para eleger o próximo secretário-geral da organização.

O Conselho de Segurança, com a presença de todos os embaixadores, anunciou que o português era o "vencedor claro" e que avança já na quinta-feira para a aprovação de uma resolução que propõe o nome de Guterres para aprovação pela Assembleia Geral.

A embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU disse que os 15 países-membros do Conselho de Segurança decidiram unir-se em volta de António Guterres devido às provas que deu na sua carreira e durante a campanha.

O presidente do Conselho de Segurança das ONU disse aos jornalistas, no final da sexta votação do Conselho de Segurança para secretário-geral, que o organismo espera recomendar "por aclamação" o nome de António Guterres na quinta-feira.

O antigo primeiro-ministro português António Guterres já tinha vencido as cinco eleições anteriores.

Eis algumas das datas principais deste processo:

29 de Fevereiro de 2016 - Portugal formaliza a candidatura de António Guterres, antigo Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, a secretário-geral da ONU, sucedendo a Ban Ki-moon.

17 de Junho 2016 – A candidatura de António Guterres lança na Internet o seu site oficial, antonioguterres.gov.pt, com conteúdo em inglês e alojada na plataforma do Governo português. O site, com o título "Uma vida dedicada ao serviço público", ocorreu a pouco mais de um mês da primeira votação pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

21 de Julho de 2016 – Primeira votação, na qual as diferentes receberam indicações de "encorajamento, desencorajamento" ou "indiferença" por parte dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU. O ex-primeiro-ministro português recebeu 12 votos de encorajamento e três “sem opinião” e não teve nenhum voto contra a sua candidatura à liderança da ONU.

Dos restantes candidatos a suceder a Ban Ki-moon, o esloveno Danilo Turk recebeu 11 votos de apoio e dois votos contra.

Seguiram-se a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros búlgara e diretora da UNESCO, Irina Bokova, com nove votos de encorajamento e quatro de desencorajamento, Vuk Jeremic, da Sérvia, e Helen Clark, da Nova Zelândia.

Os últimos lugares ficaram para Miroslav Lajcak, Eslováquia, Susana Malcorra, da Argentina, Christiana Figueres, da Costa Rica, Natalia Gherman, da Moldávia, Igor Luksic, de Montenegro. Vesna Pusic, da Croácia, ficou em último, com 11 votos negativos.

5 de Agosto de 2016 – António Guterres ficou à frente na segunda votação secreta, com 11 votos "encoraja", dois votos "não tem opinião" e dois "desencoraja". Na primeira votação nenhum país tinha emitido votos de desencorajamento acerca do português.

Vuk Jeremic, da Sérvia, alcançou o segundo lugar com oito votos favoráveis, mas quatro "desencoraja" e três sem opinião. Em terceiro lugar, ficou Susana Malcorra, também com oito votos "encoraja", mas seis votos desfavoráveis e apenas um "sem opinião".

O ex-Presidente esloveno Danilo Turk, que tinha ficado em segundo lugar na primeira votação, desceu para quarto lugar com sete votos positivos, cinco negativos e três sem opinião.

Irina Bokova obteve sete votos de desencorajamento, o mesmo número de países que encoraja a sua candidatura (apenas um não indicou opinião).

No fim da lista, surge Helen Clark, da Nova Zelândia. Os últimos lugares ficaram com Miroslav Lajcak, da Eslováquia, Christiana Figueres, da Costa Rica, Natalia Gherman, da Moldávia, e Igor Luksic, de Montenegro. Vesna Pusic, da Croácia, tinha desistido a dias da segunda votação.

29 de Agosto de 2016 – O ex-primeiro-ministro português ficou à frente na terceira votação secreta, mas com pior resultado face às duas anteriores. Guterres teve 11 votos "encoraja", três "desencoraja" – o pior resultado de todas as votações – e um "sem opinião".

O ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Miroslav Lajcak, que se encontrava no final da lista nas primeiras votações, subiu ao segundo lugar. O candidato da Europa de Leste reuniu, no entanto, cinco votos "desencoraja", nove votos de apoio e um "não opinião".

Em terceiro lugar ficou Irina Bokova, com o mesmo número de "desencoraja", mas apenas sete votos de encorajamento e três sem opinião. Vuk Jeremic, que tinha ficado em segundo lugar na última votação, conseguiu os mesmos votos de Bokova.

Em quarto lugar ficou Susana Malcorra, também com sete votos "encoraja", mas sete votos desfavoráveis e apenas um "sem opinião".

Os últimos lugares ficaram para Srgjan Kerim, Helen Clark, Danilo Turk (que ficou em segundo na primeira votação), Natalia Gherman e Christiana Figueres.

9 de Setembro de 2016 – Guterres ganhou a quarta votação secreta, melhorando o resultado face à anterior. O ex-primeiro-ministro português obteve 12 votos "encoraja", dois "desencoraja" e um "sem opinião".

Em segundo lugar ficou novamente o eslovaco Miroslav Lajcak, com 10 votos de encorajamento, quatro de desencorajamento e um "sem opinião", melhorando também a sua votação da terceira ronda.

Em terceiro lugar ficou o sérvio Vuc Jeremic, com nove "encoraja", quatro "desencoraja" e dois "sem opinião". Seguiu-se Srgjan Kerim, da Macedónia, com oito votos positivos mas sete "desencoraja".

A primeira mulher, Irina Bokova, durante muito tempo indicada como favorita, surge em quinto lugar, com sete "encoraja", cinco "desencoraja" e três "sem opinião".

Susanna Malcorra, da Argentina, surge em sexto lugar com o mesmo número de "encoraja" e "desencoraja" – sete – e apenas um "sem opinião".

Os últimos lugares ficaram para o esloveno Danilo Turk, a candidata da Nova Zelândia, Helen Clark, Christiana Figueres, da Costa Rica, e a moldava Natalia Gherman.

26 de Setembro de 2016 – António Guterres ficou à frente na quinta votação secreta, com 12 votos "encoraja", dois "desencoraja" e um "sem opinião", o mesmo resultado da votação anterior.

Em segundo lugar, ficou o sérvio Vuk Jeremic, mas com apenas oito votos de encorajamento, seis "desencoraja" e um "sem opinião.

O eslovaco Miroslav Lajcak, que ficara em segundo lugar da última vez, desce para terceiro e piora os seus resultados: oito "encoraja", sete "desencoraja" e nenhum "sem opinião".

Susana Malcorra, da Argentina, ficou no quarto lugar, com sete "desencoraja" e o mesmo número de "encoraja", alcançando o seu melhor resultado.

Danilo Turk, da Eslovénia, empatou no quarto lugar, com os mesmo votos.

Irina Bokova, que lidera a UNESCO e foi durante muito tempo considerada a favorita na corrida, tem agora mais votos "desencoraja" (sete), do que "encorajamentos" (seis).

A nova-zelandeza Helen Clark recebeu nove "desencoraja" e apenas seis "encoraja".

Srgjan Kerim, da Macedónia, e Natalia Gherman, da Moldávia, ocupam os dois últimos lugares.

5 de Outubro de 2016 – António Guterres vence a sexta votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com 13 votos favoráveis e duas abstenções. A votação, a primeira que conta com os países com direito de veto no Conselho de Segurança, consagra virtualmente Guterres como secretário-geral da ONU.