O Parlamento francês acusa os serviços de informações de terem falhado nos atentados de Janeiro e Novembro de 2015, em Paris.
A comissão parlamentar de inquérito aos ataques de Paris responsabiliza a máquina burocrática por falhas de informação. Os deputados criticam, ainda, a eficácia do estado de emergência.
Nas suas conclusões, a comissão aconselha o Governo francês a fazer reformas profundas na organização dos serviços de informação. Recomenda, por fim, a criação de uma agência nacional antiterrorismo, à imagem do que acontece nos Estados Unidos.
O porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Filipe Pathé Duarte, diz que estas conclusões devem ser levadas em conta, “porque provam, mais uma vez, que a falha de comunicação, por um lado, e, por outro, um excesso de peso burocrático, são limitações na acção contra o terrorismo”.
Em declarações à Renascença, o especialista sublinha que a correcta partilha de informações é a melhor arma para combater os movimentos terroristas. “Nunca se está verdadeiramente preparado para um ataque terrorista, porque um atentado vive, efectivamente, da sua impossibilidade de previsão. De qualquer maneira, tem de haver uma melhor articulação e uma consciencialização muito maior”, de que “a partilha de informações” é fundamental no combate ao terrorismo.
“É imperioso que os serviços de informações se articulem e se adaptem a esta nova realidade”, conclui Filipe Pathé Duarte.