Sondagens falsas, desinformação nas redes sociais e intrusão em sites de partidos políticos foram alguns dos incidentes testados ao longo do primeiro dia do Exercício Nacional de Cibersegurança esta quarta-feira.
Este ano o alvo que está a ser testado é o processo eleitoral, mais concretamente um período de quatro dias, entre uma quinta-feira e o domingo das eleições, quando faltam menos de dois meses para as eleições europeias e sete para as legislativas.
Lino Santos, coordenador de Centro Nacional de Cibersegurança, explica que desafios foram colocados hoje às mais de duas dezenas de entidades que estão envolvidas no Exercício.
“Começámos por provocar algum impacto junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE), com a publicação no site deles de uma sondagem falsa, o que espoletou a articulação entre o Centro Nacional de Cibersegurança, Polícia Judiciária e outras entidades para tentar perceber como é que isso tinha acontecido.”
O exercício contou depois com “situações de campanhas de desinformação em perfis de Facecook e Twicker, duas entidades que estamos a usar para simular redes sociais” e de ‘defacement’, ou manipulação, de sites, novamente na CNE e em operadoras de energia”.
Lino Santos conclui, dizendo que houve ainda um exercício de “intrusão e compromissos de segurança num partido político em particular e uma campanha de desinformação, por correio eletrónico, dentro das Forças Armadas.”
Hoje foram simulados os dois últimos dias de uma campanha eleitoral e amanhã, segundo e último dia de exercício, serão simulados mais dois dias, o sábado de reflexão e o domingo das eleições.
Os organizadores dizem estar a ter uma boa resposta das entidades que têm que gerir estes ataques, mas um balanço mais rigoroso sobre falhas ou fragilidades detetadas ficará para mais tarde, quando todos os dados forem analisados.