A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre está a organizar uma campanha de Natal para doar roupa, como calças de ganga e camisolas quentes, a cerca de 30 mil crianças sírias.
A iniciativa que surge em colaboração com a irmã Annie Demerjian, da Congregação de Jesus e Maria, tem como objetivo “minorar o sofrimento de crianças e jovens, que fazem parte do grupo mais vulnerável da população síria”. Muitas já nasceram com o país em guerra e não conhecem outra realidade que a da violência, das bombas, dos mortos e feridos.
“Da Síria chegam-nos relatos dramáticos que o mundo não pode ignorar. Há cerca de um milhão de crianças órfãs e muitas foram forçadas até a combater na guerra. Deveriam estar na escola, mas colocaram-lhes armas nas mãos. Há crianças, muitas crianças traumatizadas na Síria”, descreve a AIS.
Em comunicado, a fundação pontifícia acrescenta que a Síria “é um país mergulhado em profundo sofrimento” e que após uma década de conflito armado, “o desespero das pessoas parece não ter fim. Falta quase tudo na Síria. Desde a alimentação aos cuidados básicos de saúde. A crise é tão profunda que há famílias que só sobrevivem a pão e água”.
“Metade da população do país, que era de 23 milhões de habitantes quando a guerra começou, em 2011, foi forçada a fugir. Destes, cerca de 5,5 milhões vivem como refugiados na região, enquanto outros 6,7 milhões estão deslocados dentro do próprio país, incluindo 2,5 milhões de crianças”, sublinha.
É neste contexto que surge a iniciativa solidária, lançada pela irmã Annie e a que se juntou a AIS, para com a população mais necessitada da Síria e que visa oferecer roupa quente a cerca de trinta mil crianças.
“Não são brinquedos, nem guloseimas. São calças e camisolas que fazem falta para os dias muito frios de Inverno da Síria. A irmã Annie pede-nos ajuda. Ela sabe quem são essas crianças. Sabe onde vivem. Elas estão em Damasco, Alepo, Homs, Kameshli, Hassakeh, Swidaa e Horan”, reforça a AIS, indicando que várias dioceses portuguesas manifestaram já “a vontade de ajudarem na divulgação da campanha”.
“A irmã só precisa mesmo da nossa ajuda para poder oferecer a cada uma destas cerca de trinta mil crianças a prenda de Natal de que elas mais precisam. Ajudar a irmã Annie Demerjian custa apenas 11 euros. Ela pode contar consigo?”, interpela a fundação.