A época das festas costuma ser uma altura de muito trabalho para os técnicos de eventos, mas o agravar da situação pandémica está de novo a ter impacto no setor. São muitos os eventos que foram adiados ou mesmo cancelados. A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) estima perdas de 30 milhões de euros só em dezembro.
Sem festas de Natal, Passagem de Ano e outros eventos, a APSTE refere em comunicado que os “eventos não estão proibidos, mas não acontecem ou são cancelados”. Para o ano, os empresários desta área antecipam já “quebras de 90% dos trabalhos previstos para janeiro e fevereiro”.
Face a estes recuos, a APSTE alerta para a falta de apoios ao setor e reivindica medidas como “a reavaliação do programa APOIAR, cujos fundos considera insuficientes, ou a extensão das moratórias, de forma a colmatar as dificuldades financeiras enfrentadas por mais de duas centenas de empresas do setor de serviços técnicos de eventos”.
Em causa estão “cerca de 1.500 postos de trabalho diretos e 3.000 indiretos”, indica a APSTE em comunicado. No balanço do ano de 2020, os técnicos de eventos dizem que “o setor continua a lutar pela sobrevivência, com quebras gerais a rondar os 80% desde março de 2020”.
O presidente da APSTE lança uma acusação: “as atuais medidas protegem os decisores políticos, porque não existem limitações diretas ao setor além da obrigatoriedade de teste em todos os eventos, o que já de si é condicionante. Mas a verdade é que os eventos não estão a acontecer numa fase essencial para as nossas empresas, o que indiretamente quebra o nosso sustento”, afirma.
Segundo Pedro Magalhães, “muitas empresas contavam com este período para recuperarem alguma da sua liquidez e salvar as suas equipas, mas tal não aconteceu, com enormes prejuízos financeiros e humanos”.
São muitas as autarquias que cancelaram os festejos de Ano Novo. A APSTE manifesta-se, no entanto, satisfeita com as Câmaras que “mantiveram os eventos de forma ajustada às restrições, por exemplo, com bilhetes e controlo de entradas ou multipostos de fogo-de-artifício para assistir em casa”.
A associação criada em plena pandemia refere ainda que “o fim das moratórias foi também um golpe para as empresas do setor, que ainda não normalizaram a sua atividade e se encontram em fase de difícil recuperação, depois de longos períodos sem trabalho”.
Com críticas à tutela, o presidente da ASPTE diz que “anunciar medidas como o pagamento de impostos a prestações é atirar areia para os olhos do nosso setor”. Pedro Magalhães recorda: “se nem estamos a faturar, não temos impostos para pagar” e pede “mais ajudas” para o setor.
Seixal mantém fogo de artifício no fim de ano
Numa altura em que, nas principais cidades do país, as festividades de passagem de ano estão a ser canceladas e a DGS recomenda especial precaução devido ao aumento exponencial dos contágios de Covid-19, a autarquia do Seixal indica que vai manter a festa de réveillon.
A Câmara refere, em comunicado, que irá realizar a festa “cumprindo todas as normas da Direção-Geral da Saúde” e que “todas as freguesias do concelho vão ter fogo de artifício”.
A isto soma-se um concerto ao vivo do músico Carlão, que terá lugar na zona ribeirinha de Amora, a partir das 22 horas do dia 31 de dezembro. A autarquia explica que a “entrada é livre até à lotação do recinto, de 1.200 lugares, cumprindo o rácio definido pela DGS”.
“O acesso ao recinto pressupõe a obrigatoriedade de apresentação de certificado digital Covid da UE nas modalidades de teste ou de recuperação ou de outro comprovativo de realização laboratorial de teste com resultado negativo”, informa a Câmara do Seixal. A isto acresce o uso obrigatório de máscara.
Joaquim Santos, o presidente da autarquia do Seixal, considera que, "cumprindo todas as diretivas da DGS, é possível a realização de espetáculos culturais e desportivos e celebrar a entrada num novo ano que signifique a superação da pandemia da Covid-19".