SIRESP “nunca funcionou” no concelho de Tábua
19-10-2017 - 16:25

O SIRESP voltou a falhar e, em Tábua, no domingo, a falta de comunicação afectou o socorro e a forma de gerir os meios, denuncia autarca.

O Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) "nunca funcionou" durante o combate às chamas no domingo em Tábua, distrito de Coimbra, afirmou esta quinta-feira o presidente do município.

No domingo, o SIRESP "nunca funcionou", a rede de rádio dos bombeiros também registou várias falhas e "a GNR não tinha comunicações", para além da ausência de rede móvel e rede fixa, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Tábua, Mário Loureiro.

"Ficámos sem qualquer comunicação, sem informação, sem controlo. Foi dramático. Afectou de forma muito grave o socorro e a forma de gerir os próprios meios, que eram poucos", sublinhou o autarca.

Neste concelho de fronteira entre os distritos de Coimbra e Viseu, o incêndio que devastou nove mil hectares de floresta foi combatido apenas com as duas corporações locais - de Tábua e de Vila Nova de Oliveirinha -, afirmou Mário Loureiro.

"Não havia como fazer o contacto entre bombeiros e Protecção Civil", denunciou, sublinhando que o contacto com o Comando Distrital de Operações apenas foi possível de ser estabelecido por volta da meia-noite através de um telefone pessoal do autarca, que captou rede por breves instantes.

Segundo o presidente do município, não era possível "sair do concelho com as estradas cortadas".

"Tínhamos doentes, feridos que era preciso transportar, mas que ficaram bloqueados no Centro de Saúde porque não havia possibilidade de as viaturas dos bombeiros passarem, porque as estradas estavam todas bloqueadas", sublinhou, referindo que surgiu um sentimento de "impotência completa" perante a situação.

De acordo com Mário Loureiro, os populares "tiveram, muitas vezes, de se defender sozinhos", sendo que o combate por meios próprios tornou-se mais complicado quando falhou a energia eléctrica e, como consequência, o abastecimento de água.

"Sem água, sem luz e vendo o fogo com aquele descontrole total, as pessoas fugiram de casa", notou.

Na vila, foram acolhidos no domingo e na segunda-feira mais de 500 pessoas, acrescentou, a quem foi prestada assistência médica e de enfermagem, tendo também sido disponibilizados banhos, produtos de higiene, local para dormir e alimentação.

A água e a luz foram repostas, havendo ainda "alguns casos" de falha pontuais.

A rede fixa já foi reposta e a rede móvel já funciona, com a excepção da Vodafone, que continua a registar falhas no concelho de Tábua, informou.