As escolas portuguesas já receberam mais de duas mil crianças e jovens ucranianos desde o início da guerra na Ucrânia e a maioria dos novos alunos está no 1.º ciclo, segundo um balanço do Ministério da Educação.
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, as escolas portuguesas já receberam 2.251 alunos, entre os milhões que fugiram do país no último mês.
Num balanço feito à agência Lusa, o Ministério da Educação indica que a maioria desses alunos é do 1.º ciclo: 887 crianças. No 3.º ciclo estão inscritos 415 alunos e 335 no 2.º ciclo.
As escolas do concelho de Lisboa são aquelas que receberam mais alunos (143), seguindo-se Portimão com 137 estudantes refugiados e Cascais com 88.
No início de março, o Ministério da Educação assegurou a integração nas escolas portuguesas das crianças e jovens provenientes da Ucrânia, na sequência da invasão russa, definindo medidas extraordinárias para o seu acolhimento.
Desde logo, foi garantida a atribuição de ação social escolar (escalão A) a todos os alunos no âmbito do estatuto de proteção especial temporária e foram simplificados os procedimentos na concessão de equivalências de habilitações estrangeiras.
Quando chegam às escolas, os alunos são integrados progressivamente no currículo português, a começar com as aulas de Português Língua Não Materna.
Entretanto, a Direção-Geral da Educação enviou na quarta-feira às escolas novas orientações que preveem também uma outra opção: que os alunos possam também continuar a frequentar o sistema ucraniano.
Para alguns alunos, as escolas de origem, agora a milhares de quilómetros de distância, conseguiram manter o ensino 'online' e passaram a estar à distância de um clique, mas a nova sala de aula é na escola portuguesa, que assegura os meios necessários.
Há, por outro lado, alunos que querem continuar a aprender em ucraniano, mas não têm a opção das aulas 'online' da escola antiga. Nesses casos, podem recorrer ao ensino remoto de emergência na Ucrânia, através da plataforma Escola Online Nacional, com aulas em todas as disciplinas e todos os níveis de ensino.
Em qualquer dos casos a disciplina Português Língua Não Materna é sempre obrigatória, por isso a DGE sugere que os estabelecimentos de ensino definam o período de permanência na escola em articulação com o horário das aulas 'online' e tendo em conta a idade, o nível de ensino, as aulas de português e outras medidas de integração.