A Caixa Geral de Depósitos (CGD) fechou 2020 com lucros de 492 milhões de euros, menos 37% do que no ano anterior, uma descida explicada pela pandemia de covid-19.
A crise económica obrigou a CGD a um “reforço preventivo de imparidades e provisões no montante de 309 milhões de euros”. Rui Vilar, presidente do banco, diz que esta é a crise mais profunda a que já assistiu.
A reestruturação e a redução de pessoal também consumiu parte dos lucros, assim como o encerramento da sucursal de Espanha.
Sem estas despesas, "o resultado líquido corrente atinge 450 milhões de euros, uma redução de 29% face ao resultado corrente de 2019, atingindo um ROE (return on equity) de 5,6%, superior à média da banca portuguesa e europeia", segundo o banco.
Em comunicado, a CGD acrescenta que a margem financeira recuou 9,4%, "impactada pelos níveis historicamente baixos das taxas de juro e pela amortização antecipada de crédito a entidades públicas que se verificou em junho e dezembro de 2019".
Rui Vilar diz que a missão foi cumprida. O presidente da Caixa lembra que 2020 foi o "ano de fecho do plano estratégico" e também o último do atual conselho de administração". Rui Vilar reafirmou que sai na próxima Assembleia Geral.
Quase 6 mil milhões de crédito sob moratória
O banco público atualizou os dados sobre as moratórias, que a 31 de janeiro de 2021 chegavam a cerca de 67 mil contratos de crédito, 21 mil de empresas e 46 mil de particulares.
No total, estão abrangidos 5.992 milhões de euros em créditos, dos quais cerca de três mil milhões são empréstimos a empresas e oito mil milhões a particulares, sobretudo à habitação.
Em comparação com os dados de final de julho, há uma diminuição. O valor total de crédito em moratória baixou em 990 milhões de euros, entre julho e janeiro.