Na véspera do Dia da Europa, que se assinala a 9 de maio, são conhecidos os vencedores do Prémio Europa Nostra. Há vinte e um vencedores de quinze países europeus, entre eles está, na categoria Investigação, o projeto Rede Tramontana III liderado pela portuguesa Binaural, a Associação Cultural de Nodar. Este é um projeto que tem vários parceiros em Espanha, França, Itália e Polónia.
Apoiado pelo programa Europa Criativa Cultura em 2017, este projeto transfronteiriço pretende valorizar e preservar a memória de zonas europeias de montanha, de carater rural. Nas palavras do júri: “Este projeto promove a ideia de identidade europeia e, especificamente, do património imaterial de comunidades rurais e de montanha, que é comum a toda a Europa”.
Apontado como “um excelente exemplo de cooperação internacional entre investigadores com experiência em diversas áreas de estudo” este projeto da Rede Tramontana III já antes, em 2018, tinha sido distinguido pela Comissão Europeia como um caso de sucesso, no contexto do Ano Europeu do Património Cultural. Na altura era apontado como um bom exemplo de como a “Europa rural é compatível com abordagens culturais contemporâneas que incluem uma ampla gama de possibilidades”.
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Também distinguidos na categoria de Investigação foram o projeto da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, sobre património sírio; e uma plataforma digital “Turin Papyrus” de Itália.
No atual contexto de pandemia Covid-19, a Comissária Europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude afirmou que “a crise deixou claro o quanto a cultura e o património cultural são necessários para as pessoas e comunidades em toda a Europa”. Nas palavras de Mariya Gabriel, numa altura em que “centenas de milhares de europeus estão fisicamente separados, a herança cultural continua, mais do que nunca, a unir as pessoas”.
O Presidente Executivo da Europa Nostra aponta que “nestes tempos difíceis, os vencedores dos Prémios - com as suas histórias de sucesso e de como a adversidade pode ser superada através da experiência, da dedicação e do trabalho em equipa - são verdadeiros mensageiros da esperança”. Hermann Parzinger, considera que os projetos premiados “demonstram que o património cultural é vital para a recuperação mental e física do drama causado pela pandemia”.
Outros Prémios Europa Nostra
Atribuidos pela Euorpa Nostra - a entidade que na Europa representa a cultura - e a Comissão Europeia, estes prémios contemplaram outros exemplos em categorias como Conservação e Educação.
Na categoria Conservação, os jardins e o pavilhão do palácio do pintor Rubens, em Antuérpia, na Bélgica; o Arsenal de Hvars, na Croácia; os epitáfios artísticos da igreja da Universidade de Leipzig, da Alemanha; os vinhedos e as caves de El Cotarro, em Burgos, Espanha estão entre os distinguidos, bem como o Museu de Belas Artes de Budapeste na Hungria, a Basílica de Santa Maria di Collemaggio de L’Aquila, em Itália; a LocHal – a Biblioteca Pública de Tilburgo, nos Países Baixos e a Ponte de ferro de Shropshire no Reino Unidos
Na categoria Serviço Dedicado ao Património foi distinguido o curador Don Duco, do Museu de Cachimbos, de Amesterdão, autor de vários ensaios sobre a história do fumo. Já na categoria Educação, Formação e Sensibilização foram distinguidos seis projetos: a digitalização do Arquivo de Arolsen, na Alemanha; a exposição "A vida Secreta do Palácio Gödölö", na Hungria; a Uccu - Roma Informal Educational Foundation, também na Hungria, que visa a integração da população cigana; a exposição "Auschwitz. Not long ago. Not far away", no Museu da Herança Judaica, em Auschwitz, na Polónia; o projeto checo "Cross-border Collaborattion for European Classical Music" e ainda o projeto "A Ambulância", liderado pela Associação Monumentum, para a intervenção de urgência em património edificado degradado na Transilvânia, na Roménia.
Os jurados decidiram também conceder três Prémios Europa Nostra a "conquistas" notáveis no âmbito do património alcançadas por países europeus que não participam do programa Europa Criativa, nomeadamente a Suiça e a Turquia.
Há também dois novos Prémios Especiais ILUCIDARE que serão conhecidos a 28 de maio. O ILUCIDARE é um projeto financiado pelo programa Horizonte 2020, com o objetivo de estabelecer uma rede internacional para a promoção do património como fonte de inovação e de relações internacionais.
Quanto ao Prémio "Escolha do Público" só será conhecido "depois do verão", em data a anunciar, na mesma altura em que serão divulgados os vencedores do Grande Prémio, no valor de 10 mil euros.