A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, afirmou quinta-feira que o candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, não deve participar em debates com o rival republicano, Donald Trump, por serem uma "legitimação" deste.
"Entendo que não deve haver qualquer debate", disse Pelosi, referindo não acreditar que "o presidente dos EUA se tenha comportado de maneira que alguém consiga associar a verdade, provas, estatísticas, factos".
Durante a sua conferência de imprensa semanal, Pelosi acrescentou: "Não legitimaria um debate com ele [Trump], nem um debate em termos da Presidência dos EUA", prevendo que o candidato republicano "provavelmente irá agir abaixo da dignidade da Presidência".
Para corroborar a sua opinião, Pelosi recordou as "ações vergonhosas" de Trump durante os debates de 2016 com a então candidata pelos democratas, Hillary Clinton.
A congressista progressista referia-se às inúmeras interrupções que a ex-secretária de Estado sofreu durante os debates com Trump nas eleições presidenciais de 2016.
Pelosi asseverou que Trump não mudou o seu comportamento e previu que vá "subverter o que é suposto os debates serem" com o candidato democrata, Joe Biden.
A presidente da Câmara dos Representantes contrapôs que cada candidato apareça em cenários diferentes e responda a questões sobre o seu programa em conversa com cidadãos.
Biden não demorou a reagir e rejeitou a proposta de Pelosi: "Vou debater com Trump", afirmou, durante uma entrevista à estação de televisão MSNBC.
"Vou ser o 'fact checker' [designação relativa à tarefa de confirmar afirmações] no cenário, enquanto debato com ele", previu.
Biden, vice-presidente de Barack Obama, entre 2009 e 2017, que aceitou fazer três debates com Trump, explicou que lhe recomendaram que não debata com o seu adversário, a menos que alguém esteja a confirmar as palavras deste, dada a sua tendência para dizer mentiras, mas que recusou a recomendação.
"Olhe, penso que todas as pessoas sabem que esse homem tem uma tendência patológica a não dizer a verdade", disse.