O 65º dia de guerra na Ucrânia fica marcado por o departamento de Defesa da Suécia revelar que um aparelho russo AN-30 “violou o espaço aéreo sueco na noite de sexta-feira” e que o aparelho foi acompanhado e fotografado pelas autoridades.
O incidente aconteceu numa altura em que a Suécia e a Finlândia, os únicos nórdicos não-alinhados militarmente, estão a ponderar candidatar-se à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na sequência da invasão russa da Ucrânia.
Isto no mesmo dia em que três grandes explosões foram ouvidas em Odesa no final da tarde, vindas do sudoeste da cidade. Há imagens nas redes sociais que mostram fumo no horizonte.
Pouco depois, o chefe do centro de imprensa das forças de defesa ucranianas, citado pela BBC, colocou uma mensagem nas redes sociais afirmando que a pista do aeroporto de Odesa foi danificada como resultado do ataque com mísseis.
Vladimir Yermakov, líder do departamento de não-proliferação nuclear do Ministério de Negócios Estrangeiros da Rússia, afirma que uma guerra nuclear nunca deveria acontecer. E acrescenta que a Rússia está a tentar obter entendimentos entre as potências nucleares para evitá-la.
À agência de notícias russa Tass, Yermakov avança que os riscos de uma guerra nuclear "devem ser minimizados, em particular, evitando qualquer conflito armado entre potências nucleares".
O mesmo responsável citou um acordo prometendo evitar a guerra nuclear, alcançado em janeiro por EUA, Rússia, China, França e Reino Unido.
A guerra tem também uma dimensão económica. As forças russas roubaram "várias centenas de milhares de toneladas" de cereais nas áreas da Ucrânia que ocupam, denunciou o vice-ministro da Agricultura da Ucrânia neste sábado.
Em declarações à televisão nacional ucraniana, Taras Vysotskiy expressou preocupação de que a maior parte dos 1,5 milhões de toneladas de cereais armazenados em território ocupado também possa ser roubada pelas forças russas.
O ministro da Agricultura, Mykola Solskyi, disse que o roubo de cereais aumentou nas últimas duas semanas.
Em Portugal, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras decidiu suspender os pedidos de colaboração a pessoas ligadas à Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), após suspeitas de que refugiados ucranianos estão a ser recebidos em Setúbal por russos pró-Putin.
Na sequência de notícias que dão conta que refugiados ucranianos estão a ser recebidos por uma associação pró-Putin em Setúbal, que terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação, levando alguns a sentirem-se ameaçados, o SEF refere que "não tem qualquer protocolo assinado com a Associação EDINSTVO".
"Não obstante, identificámos que foi solicitada pontualmente, pela Delegação de Setúbal do SEF, a colaboração de serviços de tradução, através de trabalho voluntário de uma cidadã de origem ucraniana, com nacionalidade portuguesa, que pertence à referida associação", refere aquele serviço de segurança, numa resposta enviada à Lusa, frisando que o presidente da associação "não prestou qualquer colaboração ao SEF".
Antes, as forças armadas da Rússia atacaram 389 alvos ucranianos na última noite, incluindo 15 depósitos de armas e munições, disse hoje o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.
"Durante a noite, unidades de artilharia destruíram 389 objetivos inimigos. Entre eles, 35 postos de comando, 41 bastiões, 169 áreas de concentração de soldados e equipas militares, 33 posições de artilharia, assim como 15 armazéns de foguetes e armas de artilharia e munições", indicou Konashenkov seu relatório matutino.
Na sexta-feira, a aviação operacional tática e militar das forças aeroespaciais russas atingiu nove áreas de concentração de militares, matando mais de 20 "nacionalistas", quatro tanques e seis veículos blindados, acrescentou.