As direções do Jornal de Notícias (JN), do jornal O Jogo e do Dinheiro Vivo demitiram-se esta quinta-feira. Os jornais fazem parte do grupo Global Media, que também detém o Diário de Notícias (DN) e a TSF, e que está a iniciar um novo processo de rescisão por acordo mútuo.
"O Conselho de Redação do "Jornal de Notícias" tomou conhecimento, com grande consternação, da demissão da Direção do JN, esta quinta-feira, 14 de dezembro de 2023", diz o órgão num comunicado a que a Renascença teve acesso.
Para os representantes dos jornalistas do JN, esta decisão é "uma tomada de posição conjunta dos diretores", que entendem como "um sinal inequívoco de que esta Redação e quem a lidera não aceita que se possa denegrir publicamente um jornal, os seus leitores e até uma região e um país".
O Conselho de Redação do Jornal de Notícias "enaltece" ainda "o esforço e a forma empenhada como a direção do JN aguentou o jornal nos tumultuosos tempos que atravessámos juntos, particularmente difíceis nos últimos meses, tentando fazer o melhor jornal todos os dias".
As demissões das direções do JN e do jornal O Jogo ocorrem dois dias depois da demissão da direção da TSF, liderada por Rosália Amorim, menos de três meses depois de assumir funções. O grupo Global Media está a iniciar um novo processo de rescisões por mútuo acordo, com o qual pretende dispensar entre 150 a 200 trabalhadores para evitar, segundo a administração, "a mais do que previsível falência do grupo".
Os trabalhadores do JN cumpriram, na passada quarta e quinta-feira, dois dias de greve devido à falta de resposta da administração ao pedido de esclarecimento sobre a intenção de avançar com um despedimento coletivo de 150 trabalhadores. Como resultado, o jornal não chegou às bancas pela primeira vez desde 1988.
[atualizada às 22h30]