A Câmara de Lisboa informou que vai ativar o Centro de Coordenação Operacional Municipal, para reforçar medidas de coordenação tendo em conta os vários avisos para os riscos de mau tempo na cidade.
Em comunicado, a autarquia salientou que "nos próximos dias as condições meteorológicas na área de Lisboa vão estar condicionadas por uma depressão localizada a norte, que poderá originar vento com rajadas de cerca de 100 quilómetros/hora e também precipitação forte e abundante em Lisboa".
De acordo com a nota, foram emitidos vários avisos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para 18 a 20 de outubro, "com destaque para o período crítico de aviso laranja de precipitação e vento no período compreendido entre as 6h00 e as 18h00" de quinta-feira, "podendo esta situação ainda agravar-se".
Para responder a este cenário, a Câmara de Lisboa "vai ativar o seu Centro de Coordenação Operacional Municipal, que funcionará em Monsanto", reunindo todos os agentes de proteção civil -- RSB (Regimento Sapadores Bombeiros), bombeiros voluntários e autoridades policiais --, bem como os serviços operacionais municipais -- higiene urbana, saneamento, manutenção do espaço público, espaços verdes -- "para a mais pronta e articulada resposta à cidade, tendo a sua capacidade reforçada ao máximo".
A autarquia alertou na nota que a ocorrência de precipitação e vento poderá provocar "inundações rápidas, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem", "inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis" e alagamento "de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem".
"Dificuldades de drenagem em sistemas urbanos, nomeadamente as verificadas em períodos de preia-mar, podendo causar inundações nos locais historicamente mais vulneráveis", "fenómenos geomorfológicos causados por instabilização de vertentes associados à saturação dos solos", "piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água" são também apontados na nota.
No documento, a autarquia presidida pelo social-democrata Carlos Moedas alerta ainda para "danos em estruturas montadas ou suspensas", "arrastamento de mobiliário urbano e contentores de higiene urbana" e "queda de ramos ou árvores, bem como de afetação de infraestruturas associadas às redes de comunicações e energia".
A câmara recomendou à população que, "sempre que possível, adote comportamentos preventivos, minimizando a circulação na via pública e não se colocando em risco, ajudando desta forma as forças de socorro e segurança".
Nesse sentido, solicitou que a população "avalie a necessidade de cada deslocação e de circulação na via pública", "adote uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de "lençóis de água" nas vias rodoviárias", "não atravesse zonas inundadas" e "tenha especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas e na frente ribeirinha".
A autarquia aconselhou também a não se praticar "atividades relacionadas com o rio, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da zona ribeirinha", que se "garanta a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais" e "adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente andaimes, "placards" e outras estruturas suspensas".
Na nota recomendou-se ainda que se "acautele a reposição de coberturas de edifícios em obras", "limpe e desobstrua ralos e canais de drenagem de quintais, varandas, caves e garagens", "reveja os sistemas de bombagem" e se "limpe algerozes e caleiras".
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que a depressão Aline "irá atravessar o Atlântico em fase de cavamento, aproximando-se da região centro da costa ocidental de Portugal na manhã do dia 19, em deslocamento rápido para leste e transportando uma massa de ar muito quente, húmido e instável".