O Governo garante que a atualização das pensões após 2023 não está fechada. É a resposta às críticas à fórmula anunciada que altera a lei que estipula que os aumentos sigam a inflação.
Os pensionistas temem ficar a perder depois de 2023, mas a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, garante que nada está decidido para 2024 e que tudo será ainda avaliado ao longo do próximo ano.
“Durante 2023 vamos avaliar a situação. Neste momento, penso que nenhum de nós, de uma forma séria, consegue assumir o que vai acontecer na evolução da inflação, do emprego e na sustentabilidade da Segurança Social”, afirma Ana Mendes Godinho.
O Governo criou uma comissão com peritos para avaliação da sustentabilidade da Segurança Social “e é nessa sede que os valores subsequentes para 2024 serão avaliados mais uma vez, para não pôr em causa todo o sistema”, sublinha.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social falava esta terça-feira numa conferência de imprensa, com vários ministros, para detalhar as medidas de apoio às famílias em tempo de escalada de inflação.
Ana Mendes Godinho recusa que a Segurança Social esteja a poupar com a proposta de atualização das pensões para 2023.
“Não há aqui nenhuma lógica de poupança. Aqui a preocupação foi garantir o mesmo rendimento e o mesmo valor [em 2023 e que decorre do aumento das pensões prevista na fórmula legal]”, disse a ministra na conferência de imprensa conjunta para detalhar o pacote de medidas para apoio aos rendimentos das famílias para atenuar os efeitos da inflação, estimado em 2.400 milhões de euros em termos de impacto na despesa, aprovado esta segunda-feira em Conselho de Ministros.