O candidato à presidência do PSD Paulo Rangel afirmou, esta segunda-feira, que a “irresponsabilidade do PS pode deixar o país sem rumo”, reiterando que tal implica que o seu partido tenha um líder “fortemente legitimado”.
“A irresponsabilidade do PS pode deixar o país sem rumo. A haver crise política, temos de corresponder ao que os portugueses esperam de nós. Estar preparado para qualquer cenário impõe também estar fortemente legitimado para todas as eventualidades”, escreveu Paulo Rangel na rede social Twitter, hoje à tarde.
Rangel publicou um vídeo da sua intervenção de domingo, num comício de campanha no Porto, no qual já tinha abordado o tema do calendário eleitoral interno no PSD, com diretas marcadas para 4 de dezembro e congresso entre 14 e 16 de janeiro.
No domingo, o eurodeputado referiu que o calendário aprovado é o “único” que serve o PSD e anunciou que, caso vença as eleições diretas e ocorra uma crise política, criará um “grupo de trabalho para preparar as bases do programa eleitoral”, que seriam anunciadas no congresso.
Nesta ocasião, Rangel já tinha defendido que o PSD “não pode, não deve e não irá a eleições antecipadas sem um líder legitimado”.
O tema deverá marcar a campanha eleitoral interna do PSD se se confirmar o ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022 já na votação na generalidade, na quarta-feira, um cenário que o Presidente da República já reiterou hoje que conduzirá à dissolução do parlamento.
Em 14 de outubro, o Conselho Nacional do PSD chumbou (com 71 votos contra e 40 a favor) uma proposta da direção para suspender a marcação do calendário eleitoral interno, proposto na véspera pela própria Comissão Política Nacional.
O presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, voltou na sexta-feira a lamentar esta decisão do Conselho Nacional, classificando-a como “um aventureirismo que a sensatez prudentemente evitaria”.
Na apresentação pública da sua recandidatura, Rio defendeu mesmo que “seria muito prejudicial” para o PSD e para o país se os sociais-democratas mudassem de líder e vincou que o Presidente da República já tem a sua posição “fixa e definida” caso o Orçamento de Estado para 2022 seja chumbado e vincou que Marcelo Rebelo de Sousa não tem de atender aos partidos, mas sim aos interesses nacionais e “muito bem”.
Em 13 de outubro, o Presidente da República tinha avisado que um chumbo do Orçamento para 2022 "muito provavelmente" conduziria à dissolução do parlamento, estimando então que as legislativas antecipadas se realizariam em janeiro, que o novo Governo tomaria posse em fevereiro e que só em abril haveria Orçamento, o que conduziria a "seis meses de paragem na vida nacional".
Em 15 de outubro, na apresentação formal da sua candidatura, Paulo Rangel contrapôs que "nunca haverá eleições em janeiro", defendendo mais tarde que "o normal" em caso de crise política será haver legislativas em fevereiro ou em março.