O ciclista Iuri Leitão está “incrédulo” com o triunfo alcançado na prova de Madison de ciclismo de pista nos Jogos Olímpicos.
"Vou ser um bocadinho repetitivo, mas se ainda não consegui digerir a medalha de quinta-feira, esta muito menos. Não posso mentir, de início vinha com muito boas sensações, mas depois daquele nosso primeiro arranque senti-me bastante vazio, vinha com as pernas muito más e avisei o Rui que não estava num bom dia. Tentámos guardar-nos ao máximo, porque sabíamos que a prova ia ser muito fatigante, podíamos tirar partido da parte tática”, referiu à RTP.
O português, que também conquistou a medalha de prata no omnium, acrescentou: "São tantos anos, são tantos meses, são tantas horas de esforço contínuas, são tantos dias maus porque todos os desportistas de alto rendimento sabem que são 95% de dias maus e 5% de dias bons, e depois de tanto sofrimento, de tantos dias complicados, conseguir chegar aqui parece um pouco impossível. Não sei bem se estou a sonhar ou se estou acordado, mas acho que o Rui está exatamente igual a mim", disse.
Leitão explica a estratégia da dupla lusa: "Acima de tudo temos de nos lembrar que toda a gente quer vencer a corrida, toda a gente tem muita energia para gastar, toda a gente está muito preparada para esta prova e temos de pensar nisso. Não somos só nós que queremos vencer, quando há ataques de equipas fortes não temos de ser nós a responder diretamente, não temos de ser nós a desgastar-nos até porque nós dávamos a sensação às outras equipas de que estávamos mais fatigados, mais desgastados, e isso acabou por induzi-los em erro, que estávamos pior que eles, acabaram por fazer um trabalho redobrado, e pegando nas palavras do Rui, que ele amenizou um bocadinho, vamos deixá-los matarem-se, depois arrancamos e foi isso que fizemos", finalizou.