Os deputados do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) deram esta segunda-feira o seu apoio público ao plano do líder, Pedro Sánchez, para continuar à frente do Governo. Para tal, o presidente do Governo em funções propõe garantir uma controversa amnistia aos líderes políticos envolvidos na consulta popular à independência da Catalunha em outubro de 2017.
Os socialistas e os seus aliados do recém-criado partido de esquerda Somar continuam a tentar assegurar apoios suficientes no Congresso para formarem Governo, depois de o líder do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, ter falhado a investidura no rescaldo das eleições gerais de julho, em que nenhum partido conseguiu conquistar uma maioria qualificada de votos.
Apesar de ter conquistado o maior número de votos, e após o Rei Felipe VI de Espanha ter incumbido Feijóo de tentar formar Governo, o PP não conseguiu assegurar uma maioria parlamentar, apesar do apoio do partido de extrema-direita Vox e de outros pequenos movimentos políticos.
No fim de semana, uma sondagem em que a palavra "amnistia" não foi explicitamente usada, 87% dos membros do PSOE disseram ser a favor de "um acordo para formar Governo com o Somar e atrair o apoio de outras formações políticas para garantir a maioria necessária". Segundo o partido, apenas 11,9% dos seus filiados disse ser contra este acordo, sendo que o inquérito de opinião contou com a participação de 63,4% de socialistas.
O secretário de organização do PSOE, Santos Cerdán León, defende que estes resultados provam o desejo dos socialistas em evitar dar mais poder ao PP e ao Vox, que já estão a governar em coligação várias cidades e regiões espanholas.
"A voz dos filiados soa alto e clara numa altura em que o PSOE tem uma decisão a tomar", declarou Cerdán Léon no domingo. "A nossa única motivação é continuar a fortalecer a Segurança Social face aos recuos que foram dados em cidades e regiões governadas pelo PP e a nostálgica extrema-direita."
Neste momento, o PSOE já fechou acordo com a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e com o Bloco Nacionalista da Galiza (BNG), dois partidos que viabilizaram o anterior Governo de Sánchez.
Para ser reconduzido no cargo de presidente do Governo espanhol, o líder socialista precisa do apoio parlamentar de cinco partidos nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco.
O mais importante desse é o Junts, partido independendista catalão liderado por Carles Puigdemont, alvo de um mandato de detenção por ter convocado a consulta popular de há seis anos, com quem o PSOE continua ainda a negociar.