Várias livrarias espanholas venderam o livro de memórias do Príncipe Harry cinco dias antes do lançamento oficial.
Exemplares de "Spare" (lançado em espanhol com o título "En La Sombra"), que tem lançamento mundial marcado para 10 de janeiro, ficaram disponíveis para venda esta quinta-feira em várias livrarias de cidades como Madrid ou Barcelona.
Vários jornalistas de diversos meios de comunicação social mundiais compraram cópias e estão agora a partilhar o que descobriram na versão espanhola da obra. O Príncipe Harry tinha dado o exclusivo a alguns jornalistas, incluindo o jornal The Guardian.
As cópias existentes rapidamente esgotaram. Em algumas livrarias, segundo reporta a Reuters, exemplares estavam expostos mas foram rapidamente retirados assim que jornalistas começaram a fazer perguntas.
Já o El País admite, após falar com responsáveis pela edição do livro em Espanha, que se possa tratar de uma confusão de Dia de Reis: recorde-se que, em Espanha, a troca de prendas de Natal acontece uns dias mais tarde.
A editora não conseguiu calcular quantos exemplares foram vendidos, nem quantas livrarias os colocaram à venda antes do tempo.
A tão aguardada obra era, sobretudo, alvo de cobiça no Reino Unido, por razões óbvias: esperam-se revelações bombásticas a envolver a Família Real britânica e, por isso, o conteúdo do livro foi mantido em sigilo absoluto e poucas eram as pessoas que tiveram acesso antecipado ao que lá estava escrito.
Entre os detalhes já conhecidos com este "spoiler" antecipado em espanhol estão, por exemplo, a dedicatória do livro: Harry dedica a obra à mulher, aos filhos e à mãe.
Outros detalhes mais polémicos também já fazem correr tinta: Harry fala, num dos capítulos, sobre a sua juventude, admitindo ter consumido cocaína aos 17 anos. Também fala dos seus tempos como militar e confessa ter matado 25 talibãs no Afeganistão. Muitos jornais, no entanto, salientam outra polémica antiga: Harry volta a falar do caso que o levou às primeiras páginas dos tablóides em 2005, quando apareceu com um traje oficial nazi numa festa. Nas suas memórias, Harry garante que foi incentivado pelo irmão a fazê-lo, facto que fará correr muita tinta no Reino Unido nos próximos tempos.
Já a Reuters adianta que tanto Harry como William terão pedido ao pai, o atual Rei Carlos, que não casasse com Camila Parker Bowles.
O jornal The Guardian, que tinha exclusivo da obra, já tinha falado sobre outro episódio "sumarento" contido no livro: Harry acusou o irmão William de o agredir na sequência de um desentendimento sobre Meghan Markle, sua mulher. "Agarrou-me pelo colarinho e deitou-me ao chão", assegura o príncipe.