André Ventura: "Centenas de testemunhas dizem que houve atitude provocatória" de jornalista
17-01-2024 - 17:46
 • Renascença

Líder do Chega comenta caso de repórter do Expresso que foi agredido em encontro com estudantes, na Universidade Católica. André Ventura diz que a equipa do partido só tentou acalmar os ânimos.

O líder do Chega, André Ventura, rejeita qualquer responsabilidade na agressão a um jornalista do Expresso durante um encontro com alunos na Universidade Católica, em Lisboa.

Na terça-feira, um repórter do Jornal Expresso terá sido retirado à força de uma sala da Universidade Católica, em Lisboa, onde o líder do Chega participava numa conferência organizada por associações de estudantes.

Em declarações aos jornalistas, André Ventura reforça que a equipa do partido só tentou acalmar os ânimos.

“Quem autorizou a entrada do jornalista não foi o Chega, foi a Universidade Católica. Estão a pedir-me uma responsabilidade que eu não faço ideia. Eu sabia lá que estava um jornalista no meio de centenas de pessoas. Por mim, vocês estariam em todo o lado, o nosso interesse é que vocês estejam nos eventos”, garantiu o líder do Chega.

André Ventura sublinha “há centenas de testemunhas que viram o que aconteceu e que dizem que houve uma atitude provocatória" por parte do jornalista. "Eu não sei, porque não estava lá e não vi”, frisou.

“Agora, o Ministério Público… há um crime público ou há uma situação que possa ser legalmente analisada, agora, há centenas de testemunhas. Vi nas redes sociais, hoje de manhã, centenas de jovens a dizer que não foi isso que aconteceu. Que pediram educadamente à pessoa para sair, cinco vezes, que a pessoa decidiu não sair e provocá-los”, adiantou o líder do Chega.

O jornalista do Expresso alega que, depois de abandonar a sala, foi ainda intimidado por um segurança pessoal de André Ventura.

A Universidade Católica também já reagiu, dizendo que repudia qualquer tentativa de limitação do direito à informação, acusando o Chega de manipular as normas de acesso ao evento.

A UCP esclarece ainda que “o ciclo de Conversas Parlamentares é organizado por estudantes com o objetivo de esclarecer as propostas para o país sob a forma de um debate livre e não uma organização dos partidos” e “reafirma a importância do debate esclarecido para o reforço da democracia, da qual faz parte intrínseca a defesa de uma imprensa livre, independente e bem formada”.

O incidente com o jornalista do Expresso ocorreu esta terça-feira durante o ciclo de Conversas Parlamentares, em que o convidado foi André Ventura, líder do Chega. À Lusa, o diretor do Expresso, João Vieira Pereira, disse que o jornal está a ponderar apresentar queixas à PSP e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).