A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a investigar o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, pela recente aquisição de ações da SAD do clube, segundo avança o "Jornal Económico", esta sexta-feira.
Pinto da Costa comprou 1.350 títulos da SAD (a 1,23 euros) no dia 1 de fevereiro, como já o tinha feito no dia 4 de janeiro (2.740) - antes, tinha reforçado a sua posição em 11 ocasiões entre novembro de 2022 e dezembro de 2023. Contudo, a lei impede dirigentes de adquirir ações no período de 30 dias prévio à apresentação de contas - protocolo que o FC Porto tem marcado para "cerca do dia 15 de fevereiro", de acordo com a CMVM.
Assim, a compra de títulos em fevereiro, menos de 30 dias antes da apresentação dos resultados financeiros do primeiro semestre de 2023/24, por parte do presidente do Conselho de Administração do FC Porto é suscetível de ser considerada abuso de mercado pela CMVM, que estará já a investigar.
De acordo com o "Jornal de Negócios", o regulador do mercado prevê, para estes casos, uma coima entre 25 mil e cinco milhões de euros.
Contactada pela Renascença, a CMVM salienta que se encontra "sujeita a segredo profissional, pelo que não pode prestar esclarecimentos sobre a sua atuação no âmbito da sua atividade de supervisão de entidades".
Conforme o relatório e contas relativo à época 2022/23, Jorge Nuno Pinto da Costa detinha, a 30 de junho, 343.993 ações da SAD do FC Porto, equivalentes a 1,53% do capital social. A maioria da sociedade pertence ao clube (74,59%), ao passo que o empresário, antigo futebolista e ex-treinador António Oliveira é o principal acionista individual (7,34%), seguido pelo seu irmão Joaquim Oliveira, através da sociedade Olivedesportos (6,68%).