O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, considera da maior importância para o país conseguir pôr em lei o Plano Ferroviário Nacional. Um dos objetivos da nova aposta é fazer chegar o comboio a cidades com mais de 20 mil habitantes.
O pontapé de saída foi dado esta segunda-feira. O objetivo é lançar um debate nacional que se quer produtivo e inclusivo, por isso, o Governo não apresenta para já uma proposta fechada, destacando a relevância de apostar na ferrovia, como se faz em toda a Europa, ao contrário de Portugal, onde tem havido um desinvestimento de décadas.
“A ferrovia está a crescer em toda a Europa. O ano 2021 é o Ano Europeu da Ferrovia, toda a gente já percebeu que a ferrovia é um meio de transporte do futuro, não é um meio de transporte do passado”, afirmou Pedro Nunos Santos.
E, segundo o ministro das Infraestruturas, Portugal tem muito tempo de atraso para recuperar.
“Nós, ao contrário de muito outros países europeus, ao contrário do nosso país vizinho, que ao mesmo tempo que investia na rodovia, nunca deixou de investir na ferrovia, ao contrário de muitos países europeus e nomeadamente, mais uma vez, de Espanha, nós temos muitos anos de atraso para recuperar”, realçou o ministro.
Portugal vai ter pela primeira vez um Plano Ferroviário nacional. Está previso que fique definido em um ano e com ligação a todas as capitais de distrito e a cidades a partir de 20 mil habitantes, sendo que Bragança, Vila Real e Viseu não têm comboio.
Pedro Nuno Santos destaca a importância da nova ligação Lisboa-Porto, em apenas uma hora e um quarto.
“Se nós conseguirmos que entre Lisboa e Porto nós tenhamos uma distância de tempo de uma hora e um quarto, é mudar de forma radical a forma como nós nos organizamos dentro do nosso território”, afirmou o ministro, destacando as melhorias em termos de organização do trabalho, da organização das empresas e das potencialidades que serão criadas.
O ministro das Infraestruturas garante ainda que não vai ser apenas o Litoral a ser beneficiado e apresenta o exemplo da ligação entre a Guarda e Lisboa, onde se espera que a viagem encurte em uma hora.
Plano ferroviário tem que ter em consideração serviços a prestar
O secretário de Estado das Infraestruturas defendeu hoje, em Lisboa, que o plano ferroviário deve ter em conta os serviços que a infraestrutura vai prestar, lembrando que há quase 100 anos não se constrói uma linha em Portugal.
“Dotar o país de um Plano Ferroviário Nacional é um desígnio que está no programa do Governo e que tem uma enorme importância”, afirmou.
Para Jorge Delgado, o plano não pode resumir-se “à definição de uma rede”, mas tem de ter em consideração uma reflexão sobre os serviços para os quais a infraestrutura vai ser utilizada.
O momento é agora de “olhar para o futuro”, defendeu o secretário de Estado das Infraestruturas, considerando fundamental a estabilização dos instrumentos de planeamento e de apoio à decisão.
Já o coordenador do grupo de trabalho para o PFN, Frederico Francisco, explicou que a primeira fase do plano, que agora arranca, dedica-se à auscultação de um conjunto de entidades, estando ainda previstas sessões regionais “para levantar as necessidades que o país tem”.
Segue-se a redação do plano que, posteriormente, será submetido a uma nova ronda de participação pública e depois “será entregue ao Governo, para que o possa aprovar e transformar em lei”.
Frederico Francisco destacou, no entanto, que o Plano Ferroviário Nacional pretende ligar todas as capitais de distrito e cidades, a partir de 20 mil habitantes.
De entre outros objetivos a alcançar com o PFN, destaque-se o colocar o transporte ferroviário como uma alternativa efetiva no transporte de carga e passageiros, de forma a diminuir as emissões de carbono.