Apesar de o Papa já ter declarado que não haverá mudanças doutrinais, verificam-se divergências sobre alguns aspectos pastorais, sobretudo quanto ao acompanhamento dos divorciados que voltaram a casar civilmente.
A Renascença entrevistou o bispo de Uíge e secretário-geral da conferência episcopal angolana, D. Emílio Sumbelelo, que observa a “serenidade” dos bispos no debate deste assunto.
“Estes assuntos quentes que no ano passado, no sínodo extraordinário, criaram uma grande fogueira, este ano estão a ser tratados com mais serenidade”, comenta D. Emílio Sumbelelo.
“Na questão da comunhão ser dada ou não ser dada aos divorciados recasados civilmente, afirma-se, por um lado, a doutrina da Igreja: que a comunhão exige o estado de graça. Por outro, está-se a tentar frisar bastante o aspecto do acolhimento, não procurar marginalizar. Muitos modos redigidos vão nesta linha”, diz.
Mas o que se passou neste ano, para serenar os ânimos, se o argumento é o mesmo? “Acho que foi tempo suficiente para se amadurecer e voltar às fontes. Terá contribuído bastante o não deixar-se levar pelos lóbis que se estavam a criar à volta deste argumento”, considera ainda o bispo de Uíge.
Os bispos conhecem esta quinta-feira o relatório final do sínodo que deverá depois ser analisado, discutido e votado.