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O aumento do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) é acompanhado de uma subida de pedidos de apoio às instituições sociais, afirma o padre Jardim Moreira. O responsável da Rede Europeia Anti-Pobreza alerta para o "colapso" de muitas famílias, com "crianças a sofrer gravemente com este impacto".
Em declarações à Renascença, o padre Jardim Moreira explica que são cada vez mais as pessoas que procuram ajuda, devido ao impacto da pandemia de Covid-19 na economia na economia, que já atirou mais 12 mil pessoas para o RSI.
“Nós não damos subsídios, mas vemos que as pessoas recorrem às instituições nossas filiadas. Pessoalmente, aqui no centro histórico eu verifico que passo em qualquer rua e em quase todas vem alguém pedir dinheiro porque está com aflições para sobreviver”, afirma o responsável.
Nestas declarações à Renascença, o padre Jardim Moreira alerta que a situação em Portugal tende a agravar-se nos próximos tempos, com o previsível aumento do desemprego, com o fim do "lay-off" simplificado, e do fim da "almofada financeira" de muitos trabalhadores em situação precária.
A Rede Europeia Anti-Pobreza não consegue nesta altura quantificar o número de novos carenciados, mas pede uma resposta alargada e estruturada no combate à pobreza.
“Não bastam subsídios. É preciso tratar da pessoa, não apenas atirar com dinheiro, porque isso não acompanha, não ajuda a pessoa a sair da situação em que vive e a integrar-se na sociedade. É preciso uma resposta abrangente, uma estratégia nacional”, sublinha o padre Jardim Moreira.
Por causa da pandemia está a aumentar o número de portugueses que recebem Rendimento Social de Inserção (RSI). Em fevereiro havia 199.160 beneficiários, mas em julho já eram 211.659.
Segundo o jornal “Público”, este apoio, que se destina a aliviar a pobreza extrema, estava em queda há dois anos consecutivos, mas agora não pára de aumentar.
Outro indicador preocupante revelado esta semana, os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) mostram que o desemprego voltou a subir em julho. Portugal tinha registadas 407.302 pessoas nos centros de emprego.
Em relação ao mês anterior a variação é de 0,2% (mais 637 indivíduos). Mas face ao mesmo período do ano passado subiu 37% (mais 110. 012).