Empresário benemérito volta a pagar contas em atraso a 114 vizinhos carenciados
12-12-2020 - 01:33
 • Renascença

Mike Esmond já esteve falido e sabe o que é passar o Natal numa casa gelada, sem aquecimento. Por isso, decidiu começar a ajudar os seus conterrâneos em dificuldades.

Um empresário solidário pagou as contas em atraso, de água e gás , a dezenas de habitantes de Gulf Breeze, no estado norte-americano da Florida.

É o segundo ano consecutivo que Mike Esmond, dono de uma empresa de construção de piscinas, ajuda os seus conterrâneos em dificuldades económicas.

O benemérito, de 74 anos, que no passado sentiu na pele o que é ter a energia cortada durante um inverno rigoroso, iniciou uma espécie de tradição.

Em novembro de 2019, entrou na sede do município de Gulf Breeze para pagar a água e a energia, em risco de serem cortadas, a 36 residentes da cidade. No total, desembolsou 4.300 dólares, o equivalente a 3.500 euros.

Este mês, a duas semanas do Natal, Mike Esmond voltou a dar uma prenda a alguns habitantes da cidade mais carenciados. Passou um cheque de 6.200 euros para saldar as contas de 114 pessoas, que vão assim passar a quadra das festas com a casa aquecida.


A cidade de Gulf Breeze não tem sido bafejada pela sorte. Nos últimos tempos, dois desastres: o furação Sally e a pandemia de Covid-19.

O gesto Mike Esmond parece ter inspirado uma onda de solidariedade na região. Em setembro, depois da passagem do furacão, uma empresa pagou as contas energéticas de 250 pessoas e, recentemente, um casal ofereceu 500 dólares para o mesmo efeito.

Em declarações ao jornal “The New York Times”, o empresário conta que a ideia de ajuda o próximo surgiu no ano passado, quando abriu uma carta e reparou que fatura tinha que ser paga até 26 de dezembro.

Este gesto rotineiro transportou-o de volta ao inverno de 1983, quando estava falido e a companhia lhe tinha cortado o gás e a água na altura do Natal.

“Eu tinha três crianças em casa naquela altura e a temperatura desceu aos 6º Celsius, com gelo a formar-se e a casa a congelar. Eu sei o que é estar sem um dólar no bolso e a passar necessidades”, conta o benemérito Mike Esmond.